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CASOS DE HERPES-ZOSTER CRESCEM NA BAHIA E NO BRASIL; INFECTOLOGISTA DESTACA A IMPORTÂNCIA DA VACINAÇÃO

João Paulo - 14/06/2024 14:20 - Atualizado 14/06/2024

As internações por herpes-zoster na Bahia tiveram um aumento de quase 70% entre 2022 e 2023, segundo dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH), do Ministério da Saúde. No total, foram 155 baixas hospitalares no estado no ano passado e 92, em 2022. No Brasil, as internações também cresceram. Em 2023, foram 2.537 casos, quase 30% a mais do que no ano anterior, quando foram registradas 1.961 hospitalizações.

Como a doença não é de notificação compulsória, apenas os dados dos pacientes hospitalizados são registrados, o que aponta para um total de ocorrências ainda maior. No entanto, uma vacina licenciada para pessoas com mais de 50 anos pode prevenir casos agudos.

“A vacina Shingrix, produzida pela farmacêutica britânica GSK com vírus inativado, foi aprovada pela Anvisa e já está disponível no mercado brasileiro. Esse imunizante é seguro, tendo uma eficácia de 97%. Ele deve ser administrado em duas doses com o intervalo de dois meses”, informa o infectologista e consultor técnico do Sabin Diagnóstico e Saúde, Claudilson Bastos, que recomenda a necessidade da imunização para prevenir uma progressão para um quadro de maior gravidade da doença, como a internação.

Conhecida popularmente como cobreiro ou fogo selvagem, a herpes-zoster é causada pela reativação, na idade adulta, do vírus varicela-zóster, o mesmo da catapora. A doença atinge, normalmente, um lado do corpo, com o aparecimento de pequenas bolhas cheias de líquido (vesículas) cercadas por uma área avermelhada e dolorida, que pode durar de duas a quatro semanas.

Vacina

A vacina é indicada para pessoas a partir de 50 anos, sobretudo para aquelas que tiveram contato com o vírus no passado. Além disso, o imunizante é recomendável para pessoas com mais de 18 anos que possuem algum tipo de imunossupressão, a exemplo das que tiveram alguma infecção viral, como Covid-19; portadoras de comorbidades (HIV, esclerose múltipla, lúpus, câncer, diabetes etc.); ou as que vão se submeter a transplantes. Bastos destaca que antes do aparecimento das lesões de pele é comum, na maioria dos casos, que o paciente sinta dores nos nervos, febre, dor de cabeça, mal-estar, ardor, coceira, formigamento, agulhadas e/ou adormecimento locais.

“Apesar de não ter uma causa definida, a doença pode surgir durante episódios de baixa imunidade e/ ou estresse em pessoas de qualquer idade que já tiveram catapora ativa ou nas que tiveram contato com o vírus, mas ficaram assintomáticas. Isso porque, após o primeiro contato, o vírus permanece latente e inativo no corpo por anos até ter uma situação que possa ativá-la novamente, causando a herpes-zóster”, informa o infectologista, acrescentando que as pessoas a partir de 50 anos têm mais chances de ter a doença, uma vez que, naturalmente, tem uma Redução da capacidade do sistema de defesa do organismo, que se denomina imunossenescência.

O especialista pontua ainda que a transmissão da herpes-zoster pode acontecer pelo contato direto com as vesículas cutâneas ou por secreções respiratórias. Ele destaca que, normalmente, a cura da doença pode ocorrer de forma espontânea, mas um médico pode avaliar a necessidade de uso precoce da medicação antiviral para acelerar a resolução do quadro. Além disso, a vacinação pode prevenir complicações mais graves, que podem atingir os órgãos, e até levar à morte, em situações mais raras, como em casos de pacientes imunossuprimidos.

“Também é importante ressaltar que o vírus pode provocar outros problemas de saúde, como a infecção bacteriana secundária, neuralgia pós-herpética, meningites, AVC e síndromes que podem provocar incapacidade ou limitação física, como a de Ramsay Hunt”, informa o médico, orientando que as pessoas devem lavar as mãos com água e sabonete após tocar nas lesões e higienizar os objetos que possam estar contaminados.

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