Com construção iniciada em 1803 e finalizada em meados do século XIX, a Igreja da Ordem Terceira do Carmo, localizada no topo da Ladeira do Carmo, no Pelourinho, terá sua fachada renovada. Os trabalhos de pintura foram iniciados esta semana pela equipe especializada da Conder que já realizou também a pintura da fachada da Igreja do Santo Antônio, para início da Trezena que começou no último sábado (01). O órgão estadual também vem pintando o casario do Largo do Pelourinho, Terreiro de Jesus, Largo da Cruz de São Francisco e ruas Gregório de Mattos e Alfredo de Britto.
De acordo com o arquiteto Zulu Araújo, coordenador do Escritório da Conder no Centro Histórico de Salvador, a Ordem Terceira do Carmo foi instituída na Bahia em 1636, mas só iniciou em 1709 a construção da igreja. “A atual igreja é posterior a 1788, quando um incêndio destruiu o primeiro prédio”, diz Zulu Araújo. Ele explica que desde 1938 a igreja e todo o seu acervo são tombados como Patrimônio Nacional pelo IPHAN. “Ao lado da Casa e da Igreja da Ordem Terceira do Carmo está o Convento e a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, formando um conjunto arquitetônico-histórico excepcional”, conclui o coordenador da Conder.
Proteção e grua – Essa igreja foi construída em alvenaria de pedra e tijolo, seguindo uma planta baixa típica das igrejas matrizes do século XVIII, com nave única com coro, corredores laterais superpostos por tribunas e sacristia transversal no fundo da capela-mor. A fachada da igreja só foi concluída em meados do século XIX, em estilo rococó tardio, apresentando janelas no estilo D. Maria I.
Como a igreja é muito alta, os operários da Conder utilizam a plataforma suspensa que funciona com uma grua de 45 metros de altura. “Estamos utilizando os mesmos equipamentos para pintar as fachadas do casario no Pelourinho e consertar o telhado da Faculdade de Medicina no Terreiro de Jesus, com uma grua de 25 metros e essa de 45 metros”, finaliza o coordenador da Conder.
Atribuição legal – Os trabalhos da Conder nessa igreja começaram com lavagem das paredes, depois raspagem de coberturas antigas, seguida de aplicação de selador, emassamento e finalmente a pintura de cor branca. A Conder não possui atribuição legal de atuar para a conservação do Centro Histórico, mas a empresa estadual atua há muitos anos com ações pontuais devido à importância da região. A primeira responsabilidade das igrejas é dos seus proprietários, neste caso, as irmandades, congregações e Igreja Católica. Depois, a responsabilidade é da administração municipal que faz a gestão do solo urbano da cidade e, por fim, o órgão que protege a área tombada, o IPHAN.
No bairro do Santo Antônio, região também tombada do centro histórico, a Conder requalificou 17 mil m² de ruas utilizando granito e pedras portuguesas, ampliando as calçadas e tornando-as mais acessíveis, além do rebaixamento subterrâneo dos fios em vala técnica embutida com 16 mil metros de tubos para eletricidade e telecomunicações. A Conder também já construiu o maior edifício-garagem do Pelourinho, requalificou a Rua Chile, promoveu projetos de habitação e recuperação de fachadas de imóveis, além de melhorias prediais no casario.