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ENTRE 30% A 40% DOS FINANCIAMENTOS IMOBILIÁRIOS SÃO FEITOS POR CASAIS

João Paulo - 08/06/2024 08:01 - Atualizado 08/06/2024

Em 2023, o financiamento imobiliário no Brasil foi de R$ 251 bilhões, de acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). E, embora não haja dados oficiais sobre o perfil dos solicitantes de crédito, empresas corretoras estimam que entre 30% e 40% desses financiamentos foram feitos em conjunto por casais. “É muito comum que, principalmente jovens, procurem em casal a primeira moradia pela possibilidade de somar renda”, diz Antônio Carlos Oliva, gerente de vendas na Pejota Empreendimentos. 40% de seus clientes estão nesse perfil, têm entre 27 e 34 anos e somam uma renda que vai de R$ 3,5 mil a R$ 4,8 mil mensais.

O cenário se repete no mercado de aluguéis. Na Luggo, empresa que tem 12 prédios exclusivamente para aluguel em sete cidades brasileiras – inclusive aquele onde moram Evandro e Leandro –, atende, principalmente pessoas entre 20 e 35 anos que dividem o imóvel com mais alguém. 30% delas estão casadas e a renda conjunta média de R$ 7 mil ao mês. “São clientes que procuram praticidade, condomínios com estrutura de lazer e serviços. A mobilidade é uma das premissas mais importantes, pois querem morar perto do local de trabalho e com fácil acesso a comércios como mercados e farmácias”, comenta Kelly Ferreira, coordenadora de marketing da Luggo.

A presença cada vez mais forte desse público no mercado tem mudado os próprios empreendimentos imobiliários. Com casais que decidem ter filhos cada vez mais tarde ou que simplesmente abdicam da maternidade e da paternidade, os espaços para animais de estimação – os famosos pet places – vêm ganhando destaque nos condomínios. As garagens também vão, pouco a pouco, deixando de ser prioridade para os clientes jovens que já abrem mão de ter um carro. Na Luggo, por exemplo, as vagas de garagem são contratadas à parte, a depender do interesse dos locatários. A empresa oferece pelo menos um carro compartilhado por condomínio, e cada morador pode alugar o veículo por um determinado número de horas. “Já vimos casais que decidiram vender o carro e cancelar o uso da vaga de garagem para reduzir os custos mensais”, conta Kelly Ferreira.

Não é necessário ter união estável ou matrimônio para assumir um aluguel a dois ou fazer um financiamento coletivo para a compra de um imóvel. Basta somar a renda das pessoas interessadas e dar entrada no processo, no qual o cálculo-base para o crédito a ser concedido será a renda de ambas. Isso pode favorecer as condições da transação, já que o valor das parcelas do financiamento não pode ser superior a 30% da renda familiar. O mesmo vale para os programas habitacionais, como o Minha Casa Minha Vida. É importante, no entanto, seguir as regras de documentação e comprovação de renda, que são exatamente as mesmas quando ocorre a compra de imóvel por um só indivíduo. “A principal recomendação é ter cautela para não comprometer uma renda excessiva do casal. Também é importante que ambos estejam sem nome sujo ou dívidas em cartões de crédito”, orienta Antônio Carlos Oliva, da Pejota Empreendimentos.

Foto: Imagem de ErikaWittlieb por Pixabay

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