Segundo reportagem do Jornal O Globo o projeto do governo para ajuda ao setor aéreo deve ser executado no segundo semestre do ano. As negociações com as empresas Azul, Gol Linhas Aéreas Inteligentes e Latam Airlines Group, estão progredindo, mas ainda há pontos a serem definidos, disseram as pessoas, sob a condição de anonimato.
A equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer alguma contrapartida das companhias aéreas em troca do plano. Algum tipo de compensação faz sentido, disse o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, em entrevista, dado que as empresas receberiam uma “ajuda estrutural” para aliviar dificuldades financeiras.
Lula quer reduzir as tarifas o suficiente para permitir que a população de menor renda voe regularmente. Em troca de ajuda, é possível que o governo exija mais ofertas de voos. No entanto, isso resultaria em atrasos na produção de novas aeronaves e gargalos na cadeia de abastecimento, de acordo com Carolina Chimenti, analista da Moody’s Ratings. “É difícil imaginar um cenário que tenha mais oferta e que a passagem caia muito,” disse ela.
O programa de ajuda estatal está em discussão há meses e prevê a criação de uma linha de crédito permanente para as empresas aéreas usando R$ 7 bilhões do Fundo Nacional de Aviação Civil. Segundo o plano, o BNDES daria garantia para empréstimos voltados à compra de aviões ou manutenção de turbinas, disseram as pessoas. Os empréstimos para outros fins, contudo, ainda exigiriam garantias das próprias empresas.
As taxas de juros dos empréstimos também ainda estão sendo negociadas. A equipe econômica de Lula quer que o BNDES cobre tarifas padrão, mas as companhias aéreas pedem condições mais favoráveis, disse uma das pessoas.
Foto: Leonardo Carrato/Bloomberg