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GOLDMAN SACHS SOBE PROJEÇÃO PARA PIB BRASILEIRO APÓS 1º TRI

João Paulo - 04/06/2024 15:00

O crescimento acima do esperado do Produto Interno Brasileiro no primeiro trimestre fez o Goldman Sachs aumentar a expectativa para este ano, de 1,9% para 2,1%. Em relatório assinado pelo economista Alberto Ramos, o banco americano espera que a atividade continue a se beneficiar dos estímulos fiscais significantes, especialmente pelas transferências para famílias de baixa renda com a alta propensão ao consumo, e do generoso aumento do salário mínimo. Também devem ajudar a retomada do crédito e um crescimento real sólido da renda disponível dos consumidores, mitigada por uma ainda apertada política monetária e pelo alto endividamento da população.

O banco espera que o PIB no segundo trimestre do ano seja impactado pela tragédia das inundações no Rio Grande do Sul. O banco destaca a desaceleração da taxa de investimentos, de 17,1% no primeiro trimestre de 2023 para 16,9% neste ano, e da taxa de poupança, de 17,5% para 16,2%, refletindo em parte “a visível deterioração do balanço fiscal”. Já o UBS BB espera um segundo trimestre com crescimento mais fraco da economia, de 0,4% na comparação trimestral e de 1,6% sobre o mesmo trimestre do ano passado.

Por enquanto o banco espera um crescimento para este ano de 1,5% a 2,0%. Se as incertezas e as condições financeiras locais e internacionais melhorarem no segundo semestre, o UBS BB estima que o crescimento retome no início de 2025 para um nível entre 2,0% e 2,5%. Já o Departamento Econômico do Bradesco avalia que o resultado do primeiro trimestre do PIB reforça a visão de um crescimento acelerado em 2024, liderado pelo consumo, o que é reflexo de um mercado de trabalho bastante dinâmico.

O banco considera os investimentos, que caíram sobre o ano passado, mas cresceram de 16,2% do PIB no quarto trimestre de 2023 para 16,7% no primeiro deste ano, uma notícia positiva ao indicar que a tendência do crescimento da economia pode ser um pouco maior do que o consenso. O Bradesco estima um crescimento para o PIB brasileiro neste ano de 2,3%. Para o Itaú, o resultado veio próximo da expectativa, com um consumo resiliente e recuperação do investimento.

O aumento da renda, liderado por um mercado de trabalho resiliente, pelo pagamento extras de precatórios e pelo aumento dos benefícios sociais vinculados ao salário-mínimo, bem com a queda nas taxas de juros, contribuíram para o forte crescimento do PIB no primeiro trimestre. “Projetamos um crescimento do PIB de 2,3% em 2024, mas ainda não incorporamos os efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul, o que leva a um viés de baixa em nossa projeção do PIB para o segundo trimestre”, diz o banco.

Foto: AP Photo/Richard Drew

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