Um protesto foi realizado na tarde desta segunda-feira (3), em Salvador, por professores de universidades e institutos federais, técnicos administrativos e estudantes, que reivindicam reajuste salarial, recomposição orçamentária para a educação e a revogação de algumas portarias.
Para a professora Camila Félix, que atua no campus de Simões Filho do Ifba, o protesto se insere num contexto mais amplo, nacional. “Todo o país está mobilizado, porque está tendo uma reunião com o governo. Foram várias pautas encaminhadas ao governo, e a negativa tem sido constante. A proposta do governo é de 7% de reajuste, mas a gente vê que nem o (índice) da inflação foi seguido, por isso a gente continua em greve. E além do reajuste salarial, a gente precisa da recomposição enquanto investimento para a educação”, diz.
De acordo com a docente, o governo desconsiderou totalmente o pedido da categoria. “Foi feita uma mesa de negociação, na qual a gente elaborou um documento em relação tanto à recomposição quanto à carreira, e o nosso valor enquanto reajuste chega a um déficit de 22% para os professores e de 34% para os técnicos administrativos. Foi colocada uma proposta, por exemplo, para os técnicos, de 10,74% para 2024, 2025 e 2026, e a contrapartida do governo foi 0% para este ano, e alega que não tem recurso”, explicou.
E finalizou: “Por isso que a gente continua em luta, justamente para garantir o reajuste salarial, mas também a recomposição para a educação. O orçamento está defasado há quantos anos? As universidades e institutos estão totalmente sucateados: unidades com portas quebradas, sem ventiladores, falta professor. Então, para isso, precisa ter essa recomposição. Para garantir uma educação pública e gratuita de qualidade”.
O estudante Matheus Portela, aluno do curso de Psicologia da Ufba, destaca que, para a comunidade discente, a luta é pela recomposição orçamentária para a Educação.
“No valor de R$ 2,5 bilhões, e não uma recomposição de pouco mais de R$ 300 milhões, como foi proposto pelo governo. Então a gente, enquanto estudante, está lutando principalmente pela recomposição orçamentária, que é o que mais afeta a questão das estruturas, as bolsas de pesquisas e assistência estudantil”, e acrescentou: “Lá em nossa unidade de São Lázaro, a gente já ficou uma semana sem energia e sem água. No início do semestre, a gente já perdeu uma semana de aula, por essas questões de estrutura”.
Foto: Luís Teixeira/divulgação.