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MAIS DA METADE DOS NOVOS ALUNOS DA BAHIA FAZEM FACULDADE À DISTÂNCIA, REVELA PESQUISA

João Paulo - 31/05/2024 08:00 - Atualizado 31/05/2024

Segundo dados do Mapa do Ensino Superior no Brasil 2024, divulgado neste mês de maio, os cursos de ensino superior à distância ganham cada vez mais adeptos na Bahia. De todos os 226.573 estudantes que ingressaram em faculdades públicas e privadas no estado em 2022, 63,3% estavam em modalidades EAD. O aumento vertiginoso é resultado, principalmente, da maior oferta de vagas na modalidade online na rede privada. Entre 2020 e 2022, foram criadas 51.504 novas vagas à distância na Bahia em instituições particulares. Enquanto isso, houve diminuição na rede pública, com a redução de 1.078 vagas.

Se de um lado especialistas reconhecem a importância do ensino à distância para promover a democratização do ensino superior, do outro, a qualidade do ensino é questionada. “Os cursos presenciais também têm pontos de atenção que precisam ser analisados, mas isso não justifica que os investimentos sejam voltados para cursos EAD de baixa qualidade”, diz Natália Fregonesi, coordenadora de políticas educacionais do Instituto Todos pela Educação.

Ela avalia que a pandemia favoreceu a procura por cursos nessa modalidade, mas chama atenção para a oferta exacerbada nas faculdades privadas. “As próprias instituições têm mostrado maior interesse por ter mais matrículas em EAD por serem cursos mais baratos que não exigem local fixo para receber os estudantes. Existem casos em que as universidades nem ofertam mais os cursos presenciais”, completa.

Já nas instituições públicas, o programa Universidade Aberta do Brasil (UAB), do Governo Federal, incentiva que universidades públicas ofertem cursos – a maioria de licenciatura – à distância no interior do estado, desde 2006. No ano passado, a modalidade já correspondia a cerca de 80% das matrículas em licenciatura do Brasil.

“Nós vemos uma maior democratização do ensino público de qualidade no estado. Os cursos ofertados têm notas entre 4 e 5, as maiores, pelo Ministério da Educação. Um dos maiores ganhos é a mudança na vida dos nossos alunos, que muitas vezes são os primeiros da família a terem curso superior”, analisa Jaqueline Oliveira, coordenadora adjunta da UAB do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (Ifba).

Mesclar o ensino presencial com o online, a modalidade conhecida como híbrida, seria “o melhor dos dois mundos”, na visão do pesquisador do tema Eniel do Espírito Santo. “Nós precisamos rever os marcos regulatórios no âmbito das políticas públicas […] Hoje falamos muito do hibridismo, que aproveita a proximidade física e a possibilidade de usar as tecnologias digitais para promover a flexibilidade e o aprendizado”, diz.

Crédito: Shutterstock

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