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QUATRO EM CADA DEZ ESTUDANTES DE TI DESISTEM DA FACULDADE

João Paulo - 27/05/2024 09:20

Segundo dados do dados do Mapa do Ensino Superior no Brasil, a taxa de evasão nos cursos de graduação na área de Tecnologia da Informação (TI) supera a média de todas as áreas de ensino, conforme os mais recentes. O abandono dos alunos nos cursos presenciais de TI é de 38,5%, enquanto a média das demais áreas é de 30,7%. Felipe Amorim, de 28 anos, foi aprovado, em 2018, no curso de Ciência da Computação da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Àquela época, ele já tinha conhecimento em programação. Aprendeu sozinho e assistindo a centenas de tutorias que encontrava na internet.

Além de um vasto conhecimento, o jovem já havia executado alguns projetos pessoais, que precisaram ser interrompidos com o início das aulas na instituição de ensino. A sua vida academia não durou muito, findou-se no início do segundo semestre. Entrou para a estatística da área. A pesquisa levantou algumas hipóteses para explicar essa alta taxa de evasão na área. Uma delas é de que o mercado de trabalho na área de TI absorve estudantes sem exigir o diploma de graduação. O que vale para muitas empresas são as habilidades desenvolvidas pelos candidatos, mas, sobretudo, a comprovação de que eles conseguem aplicá-las na prática.

“Tivemos, e ainda temos, uma demanda muito grande nos últimos anos por profissionais da área do TI. As empresas estão precisando, e muito, de profissionais. Nessa busca que, ao mesmo tempo, esbarra em falta de mão de obra, o que importa muito mais é a comprovação das habilidades do candidato do que um diploma”, opina Caio Levi, CEO de uma startup da área de Logística que tem profissionais de TI incorporado ao seu quadro de colaboradores. O relatório “Panorama de Talentos em Tecnologia” realizado pelo Google for Startups prevê um déficit de 530 mil profissionais de TI no Brasil até o ano de 2025. Devido à alta busca por profissionais e a não exigência de diploma de nível superior por parte das empresas, muitos estudantes optam por desistir da academia e investir em cursos de qualificação.

“Foi o que optei fazer. Como eu já tinha alguns projetos, que inclusive tive que parar devido às aulas da Ufba, consegui mostrar ao mercado de trabalho que tinha conhecimento suficiente para entrar de vez na área. Tranquei o curso, fiz alguns cursos adicionais e passei por três entrevistas, até conseguir meu emprego atual”, conta Felipe que atual na modalidade home office para uma empresa de São Paulo.

“Há outro fator que acredito que ajuda muito a nós profissionais desistirmos da faculdade. As mensalidades das instituições privadas são absurdas, elevadas demais. Diante do alto custo da oferta e do grande número de busca talentos mesmo sem diploma, a melhor opção é largar a faculdade”, comenta Carol Pinheiro, desenvolvedor de software. “Mais é importante não parar de estudar, mesmo fora da faculdade, é preciso estar sempre se capacitando com treinamentos, workshops e cursos técnicos porque o mercado é muito dinâmico e há mudanças e novidades todo o tempo”, orienta a profissional.

Imagem de Michal Jarmoluk por Pixabay

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