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CONSTRUÇÃO CIVIL ESTÁ ENTRE OS SETORES COM MAIOR RISCO DE ACIDENTES DE TRABALHO

João Paulo - 24/05/2024 09:40 - Atualizado 24/05/2024

Nos últimos dias, em Salvador, Operários ficam feridos após acidente em obra no Corredor da Vitória. Esse é apenas um exemplo dos vários que acontecem no ramo da Construção Civil. Segundo a Associação Nacional de Medicina do Trabalho, a taxa de mortalidade no trabalho no Brasil é de 5,21 mortes para cada 100 mil vínculos. Na Construção Civil, os dados assustam: a taxa chega a 11,76 casos para cada grupo de 100 mil. As principais causas desses acidentes são impactos com objetos, quedas, choques elétricos e soterramento ou desmoronamento.

A médica do trabalho e especialista em Saúde e Bem-estar e Conselheira Consultiva, Ana Paula Teixeira, conta que o risco de um trabalhador da construção morrer trabalhando é duas vezes maior do que o dos empregados dos demais setores. “A Construção Civil é o primeiro nicho do país em incapacidade permanente, o segundo em mortes (perde apenas para o transporte terrestre) e o quinto em afastamentos com mais de 15 dias. O segmento também é um dos líderes em afastamento previdenciário”, ressalta.

Ana Paula Teixeira ainda explica que, ao analisar as notificações de acidentes de trabalho na área, destacam-se queda de altura (36%), impacto contra pessoa/objeto (18,7%), veículo de transporte (13,2%), queda do mesmo nível (8,79%), máquinas e equipamentos (7,69%). Quanto às lesões mais frequentes, observam-se fraturas (25,4%), cortes, lacerações, feridas contusas, puncturas (18,9%), lesões imediatas (11,5%), escoriações, abrasões (9,45%), contusões, esmagamentos (8,26%).

Prevenção

Estes dados reforçam a necessidade de medidas preventivas e treinamentos específicos para proteger os trabalhadores, já que o descumprimento das normas de segurança e as más condições laborais continuam a ser as principais causas desses acidentes. Neste sentido, a médica diz que a adoção de medidas preventivas pode fazer toda a diferença.

“Forneça, treine, fiscalize e garanta a utilização correta de EPIs; realize a manutenção de equipamentos; faça avaliações periódicas da saúde dos trabalhadores e capacitações frequentes contra riscos ocupacionais; estabeleça canais de comunicação claros e eficientes para que os trabalhadores possam relatar condições inseguras, acidentes ou sugestões de melhoria; e siga as normas e regulamentações de segurança ocupacional estabelecidas pelas autoridades competentes. Vale lembrar que promover um ambiente de trabalho saudável, com medidas que reconheçam e mitiguem os fatores psicossociais e gerenciem estresse, também são cruciais para promover saúde e bem-estar aos colaboradores”, sugere a médica, que ainda recomenda o investimento em consultores que atuam com essa finalidade. Além disso, é fundamental que as empresas prestadoras de serviços e subcontratações sempre se certifiquem que os profissionais que prestam serviços tenham a qualificação e habilitação comprovadas.

Ilustração | Freepik

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