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ESPECILISTA TIRA A DÚVIDA: FICAR SEM FAZER SEXO PODE AFETAR A MENTE E O CORPO DE UMA PESSOA?

João Paulo - 18/05/2024 10:00 - Atualizado 18/05/2024

Segundo a psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do programa de estudos em sexualidade da USP, ficar sem fazer relações sexuais pode trazer riscos à saúde. Ainda mais se o praticante for uma pessoa saudável, que gosta e sente vontade de fazer o ato. O que realmente importa para a medicina é o sofrimento que o paciente experimentar sem praticar o ato sexual, que se desdobra em angústia, mal-estar e desconforto.

— É uma questão pessoal e de livre-arbítrio. Aqueles que não querem fazer sexo por um determinado período, se não estiverem em sofrimento, não precisam se preocupar. O problema é quando se quer fazer, porém, por inúmeros motivos, como falta de oportunidade, de um local adequado ou de um parceiro, não faz e sente a necessidade daquilo. Isso causa um sentimento de vazio, um desejo descontrolado, levando a desfechos negativos — explica.

Esses desfechos negativos, citados pela psiquiatra como “sofrimento”, podem trazer riscos físicos e psicológicos graves. Começando por uma crise de ansiedade criada pelo desejo insatisfeito, que evolui para uma depressão do sistema imunológico e posteriormente do sistema nervoso central. O paciente se sente mais vulnerável, sua autoestima cai, seu corpo sofre alterações e fica fisicamente mais fraco, o que estimula o aparecimento de doenças bacterianas, viroses e até mesmo infecções generalizadas.

— São várias as indagações que se passam na cabeça dessa pessoa, que acaba tendo seu quadro de saúde agravado e contribuindo para um maior período sem relações sexuais. Ela começa a se perguntar se é bonita o suficiente ou o porquê de ninguém se interessar por ela a ponto de não querer ir para a cama. Há outros desdobramentos também, como rejeitar contatos sexuais, por não ter tido êxito nas atividades anteriores e querer evitar novos vexames. É uma bola de neve, que vai ficando cada vez maior até explodir em ansiedade, depressão, vulnerabilidade imunológica e doenças físicas — explica Abdo.

Foto: Freepik

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