Segundo números divulgados pela Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-BA), nos três primeiros meses de 2024, o mercado imobiliário registrou uma queda de 51% na sua movimentação financeira em relação ao mesmo período de 2023. Segundo os números foram 1268 imóveis vendidos em Salvador e a quantidade de vendas movimentou R$ 531 milhões na economia no primeiro trimestre da capital baiana em 2024. Já em 2023 no mesmo período a movimentação foi de R$1.091 bilhão.
Pedro Mendonça, diretor-técnico da Ademi-BA, em entrevista ao Jornal Correio, destacou que a diminuição do número de vendas se deve ao momento de acomodação vivenciado pelo mercado. “Tivemos um decréscimo esperado. Estamos em um período de acomodação, houve redução no número de lançamentos, então consequentemente tivemos uma redução no número de vendas também. O mais importante é olhar o nosso estoque, que está nas mínimas, o que sinaliza que o que for lançado será vendido. Esse, talvez, seja o indicador mais importante”, disse.
Entre os imóveis vendidos de janeiro a março deste ano, 445 foram do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que tem faixa de preço definida entre R$190 mil e R$350 mil. Eles movimentaram R$309 milhões. Enquanto isso, os imóveis de outros padrões contabilizaram R$222 milhões em vendas. De acordo com o analista Fábio Tadeu Araújo, sócio dirigente da BRAIN Inteligência Estratégica, empresa contratada pela ADEMI-BA para conduzir a pesquisa e analisar as informações, já é uma tendência a pujança de Salvador no que diz respeito aos imóveis de médio e alto padrão. No entanto, essa categoria de edificações até então não foi contemplada nos lançamentos realizados esse ano.
Os dados apresentados pelo analista revelaram que Salvador registrou o lançamento de 1576 unidades no primeiro trimestre de 2024, sendo que 1354 (85%) deles correspondem à categoria econômica. Contudo, a redução de lançamentos não ficou restrita somente a propriedades de médio e alto padrão. Como um todo, o setor imobiliário de Salvador teve queda de 20% na apresentação de novos imóveis em relação ao primeiro trimestre de 2023, quando lançou 1959 edificações.
Para o diretor técnico da Ademi-BA, esses números não preocupam. “Acho que é muito cíclico. Estamos vivendo um momento de muita expectativa com o afrouxamento da política monetária econômica. Ficamos na expectativa de redução da taxa de juros, então acho que isso coloca o mercado numa espécie de compasso de espera para que as condições do ambiente econômico melhorem para conseguir lançar imóveis em um cenário mais favorável”, afirma.
Já conforme Fábio Tadeu Araújo, a queda chama atenção porque foi forte em Salvador. “No Brasil inteiro houve uma queda, mas foi menos intensa do que aqui em Salvador. Parte da queda decorre de uma menor oferta de crédito dos bancos para as empresas. No país, a oferta caiu 31%, mas possivelmente aqui foi maior do que a média nacional, porque os bancos têm priorizado a região Sudeste do Brasil para esses financiamentos”, diz. Apesar do cenário, ele acredita que a tendência é de melhora. “Uma coisa positiva é que, apesar de continuar caindo, o número de lançamentos cai cada vez menos, o que significa que está normalizando o volume de crédito ao longo desses primeiros meses. A previsão que temos é de venda de 8 mil imóveis até o final do ano”, finaliza.
Crédito: Divulgação/Ademi-BA