A indústria baiana tem boas expectativas para este ano, apesar do crescimento modesto, segundo análise do Observatório da Indústria da FIEB. Dentre os setores que mais contribuem para essa previsão estão os direcionados ao mercado interno, como Alimentos, Bebidas, Couro e Calçados. Investimentos programados também devem alavancar o setor.
Os dados analisados pelo Observatório indicam que o setor de Alimentos, o terceiro maior da Indústria de Transformação da Bahia, com uma participação de 12,7%, teve um desempenho bastante positivo em 2023, com um aumento de 11,2%, resultado, principalmente, do aumento na produção de açúcar cristal, carnes bovinas, leite em pó, óleo de soja refinado e farinha de trigo. Este ano, a expectativa também é de crescimento, mas em um ritmo mais lento.
O movimento de recuperação da economia no Brasil, iniciado em 2023, continuará gerando impactos positivos, embora menores, nos setores voltados para a produção de bens de consumo final no mercado doméstico, que são: Couros e Calçados, Têxteis, Vestuário e Informática, Eletrônicos e Ópticos e Móveis. Seguindo a mesma lógica, atividades de Minerais não Metálicos e Produtos de Metal, que estão associadas ao segmento mais popular da Construção Civil.
No setor da Construção Civil, houve redução do ritmo de crescimento em 2023, chegando ao final do ano praticamente com o mesmo estoque de trabalhadores que 2022 (o saldo positivo de admissões menos desligamentos foi de 628 contra 19.793 de 2022). Esse é o resultado da conclusão de algumas obras do setor na Bahia. Para 2024, espera-se um maior impulso da habitação de interesse social com o programa Minha Casa Minha Vida, que está atrasado na Bahia. “Destaca-se positivamente o efeito da queda da taxa de juros, que deve estimular as vendas no mercado imobiliário. O setor também tem a expectativa de lançamentos de programas de aceleração de obras públicas, notadamente de obras de infraestrutura do PAC”, explica o presidente da FIEB, Carlos Henrique Passos.
Além dos segmentos tradicionais, destaca-se o setor de energias renováveis (eólica, solar, biomassa e hidrogênio verde). Como é de amplo conhecimento, a Bahia possui o maior potencial do Brasil para a produção de energia limpa e renovável, notadamente de origem eólica e solar. “A título ilustrativo, de 2017 a 2022, o segmento de eletricidade recebeu mais de 86 bilhões de intenções de investimentos. No ano passado, foram mais R$ 40 bilhões, totalizando nesse período mais de R$ 120 bilhões de intenções de investimentos na Bahia”, pontua Passos.
Investimentos
A Acelen, do fundo Mubadala Capital, anunciou que a companhia planeja investir 12 bilhões na produção de diesel e querosene de aviação renováveis na Bahia, a partir de 2026, ao longo de dez anos. A biorrefinaria terá capacidade para produzir 1 bilhão de litros por ano de combustíveis (ou 20 mil barris/dia) a partir do hidrotratamento de óleos vegetais e gordura animal.
Há também uma grande expectativa com a chegada e início da operação da montadora chinesa BYD entre o final deste ano e início do próximo. Com os investimentos anunciados em mais de R$ 5 bilhões, toda a indústria será afetada positivamente.
Os números da indústria na Bahia: