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EMPRESAS EÓLICAS PERDEM COMPETITIVIDADE FRENTE A NOVA REALIDADE DO SETOR. MAS HÁ PERSPECTIVAS.

Redação - 15/05/2024 17:56 - Atualizado 16/05/2024

A Aeris Energy, fabricante de pás eólicas, no Complexo do Pecém, comunicou na segunda-feira (13) a demissão de 1.500 funcionários da empresa depois do fim do contrato com a Siemens Gamesa, empresa hispano-alemã de engenharia eólica. Em Jacobina (B) em dezembro do ano passado a planta da Torres Eólicas do Nordeste, joint venture entre a brasileira Andrade Gutierrez e a americana GE, teve sua produção reduzida. E existe preocupação no setor.

O anúncio abriu os olhos da indústria de geração energia eólica, pois vários fatores estão mostrando uma verta perda de competitividade do setor. Isso porque com cada vez mais plantas de energia solar e com a implantação do mercado livre de energia os preços despencaram e fizeram os investidores reverem todos os seus projetos especialmente no Nordeste para onde foram levados os maiores parques brasileiros.

O problema é que a geração de energia eólica entrou no Brasil no ambiente regulado, com subsídios e contratos longos. Isso deu perspectivas, mas com o crescimento do mercado livre os preços para quem não estava protegido despencaram enquanto crescia a produção de um concorrente de peso, que é a energia solar e sua geração distribuída por milhões de tetos de residências, além das plantas de geração de grande porte.

Isso não quer dizer que a produção de energia eólica tenha ficado inviabilizada. Tanto que o grande debate no setor é a definição das regras de produção offshore que podem suportar a futura demanda de geração de hidrogênio verde.

Energia solar é fácil,  são investimentos num telhado e tem uma cadeia de pequenas empresas que instalam sistemas em apenas uma semana com financiamento. cuja economia na conta de energia da concessionária paga a prestação. Energia eólica precisa de mais investimentos.

A Abeolica – Associação Brasileira de Energia Eólica trabalha na aprovação do projeto de Lei das eólicas offshore (PL 11.247 de 2018) e dos primeiros licenciamentos para projetos dessa fonte no Ibama e na Comissão Especial para Debate de Políticas Públicas sobre Hidrogênio Verde do Senado. Ela também mira colocar o Brasil na Global Offshore Wind Alliance que trabalha para que o crescimento para a energia eólica offshore no mundo chegue a 323 GW de parques construídos até 2030.

Ou seja, apesar da crise e da concorrência a geração de energia eólica no Brasil ainda pode virar um grande negócio. Empreendimento que não é para empresa pequena já que cada um GW de capacidade instalada, são necessários R$12 bilhões (US$2,5 bilhões) em investimentos iniciais em parques eólicos. (JC)

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