Nesta Sexta da Construção, 10/05, associados e convidados puderam aprender sobre como garantir a estanqueidade com concretos autocicatrizantes. A apresentação foi comandada pelo engenheiro e Master In Science, Emílio Takagi, diretor técnico da Penetron Internacional. O evento é promovido pelo Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia – Sinduscon-BA e foi conduzido pelo diretor de Obras Públicas e PPP’s da entidade, Geraldo Menezes.
De acordo com o especialista, este é um tema de inovação no concreto relativamente novo. Em 2011, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) no Brasil tornou-se pioneiro no estudo do concreto autocicatrizante, o qual realizou mestrado. “A ideia é que a gente consiga, através desta tecnologia, atender uma série de desafios que temos na construção civil. Um deles é a construção de estruturas de tratamento de água e esgoto mais duráveis, dentro do contexto do Marco Legal de Saneamento Básico, com o desafio de universalização da água tratada para 99% da população e 90% de esgoto para os brasileiros, que hoje 100 milhões não têm tratamento de esgoto. Por outro lado, vão ser gerados 700 mil empregos na construção civil nessa questão”, pontua.
O estudo no ITA examinou o potencial de autocicatrização no concreto e descobriu que era melhor alcançado usando uma maior relação água/cimento, concreto regular e poroso, e cimento comercial brasileiro. O cimento foi aprimorado com diferentes níveis de escória de alto-forno ativada por um aditivo cristalino que reduz a permeabilidade. Com isso, descobriu-se que a ocorrência de fissuras agiu como um mecanismo de gatilho, permitindo que a água penetrasse no concreto e ativasse o aditivo cristalino. Esse processo resultou na exposição de uma nova superfície nas faces internas das rachaduras, formada por partículas de cimentos subidratados e escória não ativada. O aditivo cristalino aumenta a alcalinidade da água dentro dos poros e fissuras, promovendo a formação de novos cristais de C-S-H modificados e precipitados hidratados insolúveis nas faces internas de fissuras estabilizadas com uma abertura de até 0,5 mm.
Entre os benefícios dentro da sustentabilidade, o concreto autocicatrizante é dosado com aditivo cristalino e projetado para reduzir a “pegada de carbono”, minimizar o consumo de cimento para cada MPa de resistência usando cimento composto e adições minerais em sua produção. Também ajuda a reduzir o risco de infiltração de contaminantes químicos, como resíduos industriais e esgoto sanitário, para o meio ambiente. Além disso, protege áreas de preservação permanente (APP) e evita acidentes de recalques estruturais em locais de solos moles devido ao uso indevido do rebaixamento permanente do lençol freático.
O encontro contou com mesa redonda integrada pelo palestrante Emílio Takagi, o diretor do Sinduscon-BA, Geraldo Menezes, o coordenador comercial da Penetron, Arnoldo Lima, o diretor da Concreta Tecnologia em Engenharia, e o professor da Escola Politécnica da UFBA, Antônio Sérgio Ramos.