No último dia 22, o movimento suprapartidário Livres realizou o evento “Regulamentação de jogos de azar: cenários e projeções para o setor do turismo” em São Paulo (SP). O debate foi conduzido por Bianca Colepicolo, coordenadora do setorial de turismo do Livres; e contou com a participação dos especialistas Bruno Omori, presidente do IDT – CEMA e membro do Conselho Estadual de Turismo, e Giovanni Rocco, presidente do ADEJA e diretor do Ability Relações Governamentais.
O turismo engloba 52 setores da economia, como por exemplo as agências de viagem, agências aéreas, locadoras de transporte, restaurantes e hotéis. Anualmente, o Brasil recebe cerca de 6 milhões de turistas, movimentando 7 bilhões de dólares de exportação do turismo. Por outro lado, o mercado interno possui cerca de 60 milhões de brasileiros viajando pelo país.
A especialista Bianca Colepicolo, que também é coordenadora do Fórum Náutico Paulista, Chefe de Patrimônio Histórico, Cultural e Turístico de São Sebastião, pontuou que o turismo no Brasil é “extrativista”, ou seja, aproveita o turista enquanto ele está no país, mas faz muito pouco para atraí-lo. Nesse cenário, é fundamental que o turismo seja visto como política macroeconômica, e a regulamentação dos jogos de azar vai nesse caminho.
Para Bruno Omori, presidente do Instituto de Desenvolvimento, Turismo, Cultura, Esporte e Meio Ambiente (IDT-CEMA), o turismo brasileiro tem potencial de crescer de três a quatro vezes com a regulamentação dos jogos de azar e se tornar o terceiro maior polo de atração turística do mundo. Isso porque, com a regulamentação, para construir novos cassinos, outros setores estariam envolvidos como imobiliárias, arquiteturas, advocacias, hotelaria, marketing e vendas. A projeção, segundo o especialista, é de uma injeção de 350 bilhões de reais no mercado brasileiro.
“Sempre defendemos a regulamentação dos jogos de azar como política macroeconômica, ou seja, para trazer mais receita e fortalecer a economia como um todo, além dos pontos turísticos”, explicou Omori. “Por exemplo, a gente pode falar de um hotel boutique em Ilhabela que é melhor do que o Caribe, mas o Caribe tem cassino também, então ele ganha em competitividade no cenário internacional. Quem sustenta Punta Del Este é o brasileiro. Se tivéssemos um cassino em Foz do Iguaçu seria muito melhor e do lado das nossas cataratas”, pontuou.
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