A Comissão de Infraestrutura, Desenvolvimento Urbano e Turismo realizou, nesta terça-feira (23), uma audiência pública para tratar da Relação da Coelba com os Trabalhadores e a sua Repercussão na Prestação do Serviço. Proposta e presidida pelo deputado Robinson Almeida (PT), o evento contou com a presença do deputado Tiago Correia (PSDB), da superintendente de relações institucionais da Coelba, Maria Helena Monteiro, do procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho (MPT-BA), Maurício Ferreira Brito, de representantes sindicais e da associação de aposentados da concessionária de energia.
Robinson Almeida abriu a reunião explicando que, diante dos diversos problemas apresentados na prestação de serviço de energia na Bahia ao longo dos últimos anos, o debate sobre a Coelba tem sido intenso na atual Legislatura. Pedidos de CPI da Coelba foram protocolados na Casa, com assinatura de vários deputados, e somente por uma questão de entendimento jurídico a CPI não foi instalada. “A Comissão de Infraestrutura resolveu montar uma subcomissão específica para tratar do assunto. Montamos um plano de trabalho e já marcamos três audiências aprovadas”, explicou.
O legislador disse que a realização da audiência desta terça-feira (23), a primeira da sequência, nasceu de várias denúncias recebidas dos sindicatos que representam trabalhadores diretos e indiretos, como o Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações da Bahia (Sinttel), à frente dos trabalhadores terceirizados das lojas da Coelba. “Esses trabalhadores nos dizem que foram retirados os seguranças das lojas e estão sendo ameaçados verbalmente, constrangidos moralmente, e a integridade física deles é colocada em risco”, explicou.
Quanto aos trabalhadores vinculados ao Sindicato dos Eletricitários da Bahia (Sinergia), eles reclamam, segundo Robinson, “de um ambiente interno de muita pressão por resultado, um ambiente tóxico, de descumprimento de acordo coletivo de trabalho, com demissões fora do padrão, e das remunerações dos funcionários que trabalham na ponta, na manutenção da rede da Coelba”. O deputado lembrou que os trabalhadores aposentados também têm reclamado especialmente do plano de saúde, com um processo permanente de esvaziamento do benefício. “No final de suas vidas, não estão conseguindo resolver os aumentos dos planos e a qualidade dos serviços prestados”.
Robinson Almeida declarou ainda que a empresa existe porque a mão de obra existe na sua ponta, e deve ser respeitada. “Esse componente que vamos debater tem uma relação direta com a qualidade de serviços. Quanto mais mobilizados os trabalhadores, temos melhor atendimento. Ao contrário, quando temos trabalhadores pressionados, depressivos por um ambiente tóxico, isso repercute na má prestação do serviço para a sociedade”, disse.
Por fim, ele lembrou que a Coelba anunciou recentemente um investimento de R$ 13 bilhões. “Nós saudamos como positivo esse investimento, apesar de classificarmos como tardio, faltando três anos para o fim do contrato. Queremos acompanhar esse planejamento, porque isso pode dar uma resposta importante aos gargalos da oferta de energia do estado. Mas ainda estamos cético sobre a resolutividade desse investimento, devido ao prazo curto para sua execução nos próximos anos. Construir dezenas de subestações não é uma tarefa da noite para o dia”.
Fotos divulgação / Daniel Ferreira.