O Ministério das Cidades anunciou na segunda-feira (15.04) o aumento do subsídio para financiamentos do Minha Casa, Minha Vida no Norte do país, região que historicamente fica abaixo das metas traçadas pelo programa. A medida teve como base o estudo Diagnóstico da Região Norte: Desafio e Perspectivas, realizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em parceria com o Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) e outras instituições.
Além de pesquisa de campo, através de conversas com empresários que atuam na região Norte, o trabalho reuniu dados de instituições parceiras, a exemplo da Caixa Econômica Federal, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Fundação João Pinheiro. “A participação do Observatório da Indústria da Federação das Indústrias da Bahia foi fundamental e indispensável, pois possibilitou uma análise mais criteriosa e detalhada de todos os dados obtidos, além da propositura de ações”, ressalta o vice-presidente da Comissão de Habitação de Interesse Social (CHIS) da CBIC, Clausens Duarte.
Implantado em 2023, o Observatório da Indústria da FIEB é um núcleo estadual de produção de inteligência e conhecimento, que tem como objetivo gerar informações estratégicas para apoiar as tomadas de decisão do setor industrial. “Ficamos muito satisfeitos em participar da elaboração do estudo e ver o resultado do trabalho. Nossa função é oferecer informações tratadas e análises que possam contribuir para a elaboração de decisões, projetos e políticas para o setor industrial”, destaca o gerente o Observatório da Indústria da FIEB, Ricardo Kawabe.
Diagnóstico e propostas
O estudo apontou entraves para o avanço do Programa Minha Casa, Minha Vida na região Norte, como a renda inferior à média nacional, maior nível de desemprego e informalidade, que impactam a análise e aprovação de crédito, além do custo elevado da construção. Para mitigar esses problemas, uma das propostas apontadas pelo estudo indicava a necessidade de um tratamento diferenciado às regiões menos desenvolvidas do país, com maior proporção do déficit habitacional em relação à população, menor renda e maior nível de informalidade no trabalho.
“O Brasil tem dimensões continentais e cada região tem suas características e especificidades. Esse tipo de trabalho é fundamental para que a gente possa identificar como está se comportando a implementação das políticas públicas e, assim, propor ajustes regionais. A implantação das ações propostas permitirá que a região Norte aumente significativamente o volume de contratações, reduzindo o déficit habitacional”, pontua Clausens Duarte.
Foto: Gilberto Jr./ Coperphoto/ Sistema FIEB