A conflituosa relação entre o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) está desgastando a imagem do governo na câmara. O novo ponto desse debate foi a demissão de um primo da chefia do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Alagoas. O “novo round” entre Lira e o Planalto ocorre em momento que o governo tenta ganhar tempo para evitar prováveis derrotas no Congresso, como a derrubada dos vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a R$ 5,6 bilhões em emendas de comissão e ao projeto que impôs restrições às “saidinhas” de presos. No caso das emendas, o Planalto propôs um acordo e ganhou fôlego com o adiamento da sessão do Congresso, que estava prevista para amanhã.
Pelo regimento da Casa, cinco é o número máximo de CPIs em funcionamento ao mesmo tempo. Entre os requerimentos que já reuniram o número mínimo necessário de assinaturas para a instalação estão colegiados que, por exemplo, pretendem apurar o “abuso de autoridade do Judiciário”, “crime organizado”, “avanço do crack” e “tráfico infantil e exploração sexual”. Via de regra, este tipo de comissão serve de palanque para a oposição, que usa as sessões para desgastar o governo — há temas que resvalam na segurança pública, área em que a gestão petista enfrenta dificuldades. Ainda não ficou definido quais serão instaladas, o que vai ocorrer após acordo entre os líderes.
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