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CERCA DE 2 MIL PESSOAS FORAM BALEADAS EM SALVADOR E REGIÃO METROPOLITANA EM 2023

João Paulo - 11/04/2024 08:59

Cerca de 2 mil pessoas foram baleadas em Salvador e Região Metropolitana em 2023 – 1.413 foram mortas e 370 ficaram feridas. Desse número, 639 foram atingidos em ações e operações policiais. Os dados são do Instituto Fogo Cruzado, maior banco de dados abertos da violência armada da América Latina. O mesmo levantamento apontou que 1.804 tiroteios foram registrados na capital e na Região Metropolitana. De acordo com a diretora executiva do instituto, Cecília Olliveira, a letalidade policial é um dos principais fatores responsáveis por esse número: 37% dos tiroteios mapeados ao longo de 2023 aconteceram durante ações e operações policiais.

“Esse ano houve várias operações contra grupos de extermínio liderados por policiais civis e militares, investigados também por forjar provas contra suas vítimas. O debate sobre letalidade policial é urgente na Bahia, que não por acaso tomou do Rio o posto de estado com mais mortos pela polícia”, pontua. O estado passou a liderar o ranking dos estados que mais matam pela ação policial em 2022, ultrapassando o Rio de Janeiro, que ocupava o primeiro lugar desde 2016. Ainda, segundo a Rede de Observatórios da Segurança – que acompanha indicadores de segurança em oito estados brasileiros, a polícia baiana mata quatro pessoas a cada 24h.

Dos 1.804 tiroteios/disparos de arma de fogo mapeados ao longo de 2023, foram 847 aconteceram em razão de homicídio ou tentativas de homicídio; 659 foram em ações ou operações policiais; 200 em razão de roubos e tentativas de roubo; 165 foram em disputas entre grupos armados. As brigas respondem por 1% dos tiros mapeados. Vale ressaltar que o Fogo Cruzado não conseguiu mapear a motivação de 7% dos tiroteios. “Facções agem em múltiplos estados – e internacionalmente – e pouco ou nada é feito de forma articulada para de fato enfrentar o problema. Não há como ter resultados diferentes apostando nas mesmas soluções”, pontua Cecília Olliveira.

Crédito: Arisson Marinho/Arquivo CORREIO

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