No mês de março, as exportações baianas tiveram uma redução de 22%, conforme dados divulgados hoje (9) pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI). Em entrevista ao Bahia Econômica, Arthur Cruz, coordenador de conjuntura da SEI, atribuiu esse resultado à queda no volume exportado, especialmente no setor de refino e petroquímica.
“O principal motivo foi a redução no volume exportado, especialmente no refino e na petroquímica, que juntos tiveram uma queda de 63% nos embarques; além disso, tivemos uma base de comparação alta (março de 2022 foi o melhor mês do ano até agosto) e um menor número de dias úteis em comparação a março de 2022: 20 dias contra 23”, afirmou.
Arthur destacou que, embora o preço do cacau tenha beneficiado as exportações baianas, não foi suficiente para evitar a queda nos números. “O aumento na receita do setor foi de 10,6% em março e 14,1% no trimestre. No entanto, sua contribuição para a pauta de exportações (2%) não foi capaz de evitar a queda geral”, ressaltou.
Quanto ao setor petroquímico, o coordenador mencionou que em março houve uma redução nos preços em 10%, enquanto as receitas diminuíram 16,7% e o volume embarcado caiu 7,5%.
Sobre os próximos meses, Cruz afirmou que a expectativa é de uma temporada agrícola mais positiva, que, segundo ele, será percebida nos meses do meio do ano. “Espera-se uma melhoria na rentabilidade das exportações, devido à recente desvalorização do real em relação ao dólar. No entanto, é importante acompanhar o movimento de preços das commodities. Por um lado, temos soja, milho e café com preços em declínio. Por outro lado, o petróleo está subindo acima de US$ 90 o barril, mas com uma queda nos embarques de derivados. A questão é qual vetor de forças prevalecerá”, declarou.
Em relação à China, principal comprador das exportações, Arthur afirmou que o país comprou US$ 437,2 milhões no primeiro trimestre de 2024, representando 17,1% do total. O aumento em relação ao mesmo período de 2023 foi de 12,5%, considerando a entressafra de soja. Ele destacou que “assim que começar o grosso dos embarques, esse percentual tende a subir”.
O segundo país, após a China, foi Singapura, com 7,8% de participação, principalmente em derivados de petróleo.
Foto: Andre Valentim / Agência Petrobras