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MULHERES GANHAM 17,3% A MENOS QUE OS HOMENS NA BAHIA

LUIZA SANTOS - 25/03/2024 17:00

As mulheres ganham 17,3% a menos do que os homens no estado da Bahia. É o que aponta o 1º Relatório de Transparência Salarial já publicado no país com recorte de gênero. O documento, apresentado nesta segunda-feira, 25 de março, pelos ministérios das Mulheres e do Trabalho e Emprego (MTE), contém os principais dados extraídos das informações enviadas pelas empresas com 100 ou mais funcionários – perfil exigido por lei para apresentar os dados para o Governo Federal.

No total, 2 mil empresas baianas responderam ao questionário. Juntas, elas somam 743,6 mil empregados. A exigência do envio de dados atende à Lei nº 14.611, que dispõe sobre a Igualdade Salarial e Critérios Remuneratórios entre Mulheres e Homens, sancionada pelo presidente Lula em julho de 2023.

A diferença de remuneração entre homens e mulheres varia de acordo com o grande grupo ocupacional. No estado da Bahia, em cargos de dirigentes e gerentes, por exemplo, chega a 25,2%.

No recorte por raça, o relatório aponta que o número de mulheres negras é maior que o de mulheres não negras nas empresas do levantamento, com registro de 195,3 mil e 82,4 mil, respectivamente. No entanto, a remuneração média da mulher negra é de R$ 2.890,51, enquanto a da não negra é de R$ 3.300,43. No caso dos homens, os negros, também maioria nas empresas, recebem em média R$ 3.425,47 e os não negros, R$ 4.131,58.

O relatório também contém informações que indicam se as empresas têm políticas efetivas de incentivo à contratação de mulheres, como flexibilização do regime de trabalho para apoio à parentalidade, entre outros critérios vistos como de incentivo à entrada, permanência e ascensão profissional das mulheres.

No caso da Bahia, o relatório registrou que 44,8% das empresas possuem planos de cargos e salários; 36,2% adotam políticas para promoção de mulheres a cargos de direção e gerência; 30,4% têm políticas de apoio à contratação de mulheres; e 25,4% adotam incentivos para contratação de mulheres negras.

Apenas 16,9% possuem políticas de incentivo à contratação de mulheres LGBTQIAP+, 21,6% incentivam o ingresso de mulheres com deficiência, e apenas 3,7% têm programas específicos de incentivo à contratação de mulheres vítimas de violência.

Poucas empresas ainda adotam políticas como licença maternidade/paternidade estendida (12,4%) e auxílio-creche (20,1%).

Foto: Agência Brasil

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