O ano de 2024 começou bem para a indústria de motos no Brasil: foram registrados nos dois primeiros meses deste ano 279.611 emplacamentos, contra 211.111 do primeiro bimestre de 2023: uma alta de 32,45% na comparação com os dois primeiros meses de 2023. Os dados são da Fenabrave – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Este ano na Bahia as vendas também cresceram no mesmo período analisado em comparação com ano passado. Até fevereiro, foram 17.816 veículos de duas rodas emplacados, sendo 8.629 em fevereiro e 9.187 em fevereiro. Já nos dois primeiros meses de 2023 foram 13.755 motos emplacadas.
No ranking nacional, a Bahia ficou em 4º lugar entre os estados com maior emplacamento nos anos de 2022, 2023 e nesse bimestre de 2024. Para o presidente da Federação, Andreta Jr, os resultados são indicativos econômicos e setorais que mostram uma conjuntura positiva para este ano. “Especialmente, pela redução das taxas de juros e um ambiente mais favorável à oferta de crédito e, portanto, à maior disponibilidade de recursos para financiamentos de veículos”, afirma.
São diversos os motivos que levam a população a comprar motos, desde economia do combustível a menor tempo no trânsito, mas um deles permanece sendo um dos principais desde 2020: o número de serviços deliverys cresceu no país, principalmente durante a pandemia, quando muita gente ficou desempregada e migrou para o serviço. “As motos desde 2015 vem tendo um crescimento nas vendas. Mas quando chegou 2020, teve um boom com os deliverys e de certa forma muita gente percebeu que o veículo era muito prático para o dia a dia, mesmo. Eu vendo muito mais motos do que carros, também por causa do preço, mas não por causa de pessoas com menos dinheiro”, diz Claúdio Abreu, vendedor de concessionária da Honda.
Com o aumento das vendas, exige-se mais produção. As fabricantes de motocicletas instaladas no PIM (Polo Industrial de Manaus) produziram 1.573.221 unidades em 2023. De acordo com levantamento da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – Abraciclo, o volume é 11,3% superior ao registrado em 2022.
Esse desempenho superou a expectativa da associação de alcançar 1.560.000 unidades produzidas, sendo o melhor resultado anual alcançado desde 2013. “Todas as fabricantes mantiveram o ritmo de produção, apesar das dificuldades surgidas no decorrer do ano. Isso comprova o esforço do setor na busca do crescimento sólido e sustentável”, explica Marcos Bento, presidente da Abraciclo. Para 2024, a estimativa da Abraciclo é a produção de 1.690.000 motocicletas, o que corresponde a um crescimento de 7,4% em relação ao registrado em 2023.
“A projeção se baseia nos cenários macroeconômicos do Brasil, considerando fatores como as expectativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), inflação, variações nas taxas de juros, confiança do consumidor etc. Nossa meta é seguir crescendo de forma sustentável e retornar ao patamar de produção de dois milhões de unidades nos próximos anos”, afirma Bento. No varejo, a perspectiva é que sejam emplacadas 1.700.000 motocicletas, volume 7,5% superior em relação a 2023. As exportações deverão alcançar 35.000 unidades, aumento de 6,3% sobre o volume registrado no ano passado.
Foto: Romildo de Jesus
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