A Câmara Empresarial do Turismo (CET) da Federação de Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio) da Bahia realizou, nesta terça-feira (19), uma reunião para discutir a importância da iniciativa privada no combate à criminalidade. O encontro teve a participação do secretário de Segurança Pública, Marcelo Werner.
Na reunião, o secretário apresentou balanços de segurança e violência no estado e defendeu uma nova concepção de segurança pública. Enquanto a concepção tradicional é, de acordo com a pasta, “reativa, genérica, com ações sem integração, apoiada apenas na polícia, baseada em crenças e em casos isolados”, a nova concepção é “proativa, focada, com ações integradas, multidisciplinar, baseada em evidências e utiliza inteligência estratégica”. As soluções viriam pautadas em três “i’s”: integração, inteligência e investimentos, a partir de integração institucional e informacional, inteligência estratégica e investimentos em inovação, novos equipamentos e capacitação.
O presidente da Fecomércio, Kelsor Fernandes, disse que poder manifestar as demandas dos empresários do comércio é motivo de celebração. “Hoje foi uma reunião da Câmara de Turismo, que foca basicamente no turismo de Salvador. E em uma cidade como a nossa, que tem muito a oferecer ao turista, temos que oferecer ainda mais segurança. É isso que nós estávamos discutindo aqui e [o secretário] se comprometeu com algumas atitudes que precisam ser tomadas, mas os números que ele mostrou nos deixam bastante otimistas de que poderemos oferecer cada vez mais ao turista que vem à nossa bela cidade”, disse.
Segundo Werner, a integração entre o Estado e o setor privado na segurança pública é fundamental. “A gente precisa estar próximo da iniciativa privada, da comunidade, da população, de todas as categorias. Entender a peculiaridade de cada categoria, fazer a ação e o policiamento direcionados pela inteligência a partir da peculiaridade de cada ramo. Seja ele do turismo, do comércio, de bares e restaurantes, a gente tem que entender essa peculiaridade e aproximar não só das informações, mas através de convênio e das demandas específicas”, disse.
O titular da pasta afirmou que inteligência e planejamento são essenciais para melhorar os índices de segurança pública no estado. “Infelizmente, tem acontecido alguns casos de confronto e nós somos taxados como um estado que tem um alto índice de letalidade, mas nós temos que fazer frente a isso. E eu tenho que dar condições aos próprios policiais para fazer isso”, falou. Segundo os Dados Nacionais de Segurança Pública, disponibilizados pelo Ministério de Justiça e Segurança Pública, a Bahia teve cinco mortes diárias por intervenção policial em 2023.
Ainda de acordo com o secretário, apesar dos resultados das pesquisas de segurança, a Bahia é um dos estados com menos mortes a esclarecer. “O nosso estado é um dos que têm menos mortes a esclarecer e tem estados com 300%. Está lá no Fórum de Segurança Pública, não sou eu quem está dizendo não, pode ir lá olhar. Eu fiz esse estudo porque eu falei: ‘eu estou levando essa porrada toda, vou buscar dados, evidência’”, disparou. Ele lembrou que isso não significa que o índice está ideal: em 2023, foram 4.855 mortes violentas, 4.599 homicídios, 105 feminicídios e 67 latrocínios na Bahia.
Crédito: Alberto Maraux/Ascom SSP