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16 DE MARÇO – DIA NACIONAL DE CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS

João Paulo - 16/03/2024 11:11

Neste sábado (16/03), comemora-se o Dia Nacional de Conscientização sobre as Mudanças Climáticas. A data foi instituída pelo Governo Federal, em 2011, com o intuito de viabilizar debates e mobilizações em torno de alternativas mais sustentáveis para as mais diversas áreas. Neste contexto, os desastres provocados por eventos climáticos extremos têm ligado cada vez mais o alerta sobre a urgência da transição energética.

Relatório do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), divulgado recentemente, aponta que os impactos de eventos climáticos foram devastadores no Brasil, resultando em 132 vidas perdidas devido às chuvas, 9.263 pessoas feridas e 74 mil desabrigadas. Conforme o estudo, os prejuízos materiais são estimados em R$ 25 bilhões.

Outra pesquisa elaborada por 12 pesquisadores de sete universidades e instituições brasileiras e portuguesas, como a Universidade de Lisboa e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no periódico científico Plos One, e publicada na BBC News também traz números preocupantes sobre as altas temperaturas registradas no país. O estudo inédito destaca que o calor matou mais que deslizamentos de terra no Brasil. De 2000 a 2018, em torno de 48 mil brasileiros morreram por efeito de bruscos aumentos de temperatura – número superior ao de mortes por deslizamentos de terra.

O levantamento analisou dados de 14 regiões metropolitanas brasileiras. São elas: Manaus, Belém, Fortaleza, Salvador, Recife, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre, Goiânia, Cuiabá e Distrito Federal. Nestas localidades, o estudo comprovou que além de aumentarem em volume, as ondas de calor estão cada vez mais prolongadas, com duração entre quatro e seis dias. De acordo com a pesquisa, nas décadas de 1970 e 1980, esses eventos adversos duravam de três a cinco dias.

Atenta à necessidade da descarbonização, a Acelen Renováveis, empresa de energia renovável da Mubadala Capital, investirá mais de US$ $2,5 bi nos próximos dez anos, em sua primeira unidade para produção de combustíveis renováveis – Sustainable Aviation Fuel – (SAF), sigla em inglês para Combustível Sustentável de Aviação, e Diesel Renovável – a partir de uma planta nativa brasileira, a macaúba. Um projeto único e transformador marca o protagonismo da empresa rumo ao futuro sustentável. Em um cenário que tanto se fala sobre renováveis, é compreensivo que não esteja claro para a maioria das pessoas, o que esses combustíveis diferem entre si.

Para melhor entendimento deste tema, Bernardo Estephá, Especialista de Descarbonização da Acelen Renováveis, esclarece algumas questões importantes sobre os combustíveis renováveis que serão produzidos pela empresa, além de abordar as perspectivas globais sobre sustentabilidade.

1 – O que é Diesel Renovável ?

O Diesel Renovável é um combustível drop-in, ou seja, substituto direto do Diesel fóssil (molécula quimicamente idêntica) que, no caso do Diesel Renovável de Macaúba, pode reduzir as emissões de gases de efeito estufa em até 80% numa comparação com a alternativa fóssil. É 100% compatível com os motores e infraestruturas existentes.

2 – O Diesel Renovável também é chamado de Diesel Verde e HVO?

Sim, são nomes diferentes para o mesmo combustível, HVO significa Hydrotreated Vegetable Oil substituto direto Diesel fóssil (quimicamente idêntico ).

3 – O que é Biodiesel?

Biodiesel é um combustível feito de óleos de origem vegetal, mas que não é um substituto direto e pode, em concentrações muito grandes, gerar borra e, consequentemente, danificar os motores. Geralmente, é misturado ao Diesel Fóssil em uma proporção estabelecida na regulação. Atualmente, o Brasil adota o B14, que possui 14% de Biodiesel.

4 – O que é a mistura de Biodiesel?

O percentual de Biodiesel estabelecido a ser misturado no Diesel Fóssil, o B14 atualmente.

5 – Quais são as diferenças entre Diesel renovável e Biodiesel?

O Diesel Renovável é um combustível de alta tecnologia, drop-in, produzido pelo processo de hidroprocessamento. Já o Biodiesel é produzido pelo processo de transesterificação, no qual os triglicerídeos presentes no óleo são transformados em moléculas menores de ésteres de ácido graxo (Biodiesel) a partir de um agente transesterificante (álcool primário) e um catalisador (base ou ácido).

6 – Quais as vantagens do Diesel Renovável?

Pode ser um substituto direto do Diesel Fóssil, sem necessitar adaptação tecnológica, mas com uma emissão de GEE muito menor ao longo do ciclo de vida, fazendo com que haja menos impacto ambiental decorrente da produção e queima do combustível.

7 – Onde o Diesel Renovável pode ser utilizado?

O Diesel Renovável terá a mesma utilização do Diesel, ou seja, em veículos de transporte de passageiros e de cargas leves, pesados e extrapesados (ônibus, furgões e caminhões), em máquinas e veículos para uso agrícola, além do uso em mineração e em obras civis.

8 – Por que o Diesel Renovável é importante para o país?

O Diesel Renovável é um dos combustíveis da transição energética que o Brasil pode fornecer para o mundo, juntamente com o etanol e o SAF, por exemplo.

9 – O que é o Combustível Sustentável de Aviação?

O SAF, Sustainable Aviation Fuel, assim como o Diesel Renovável, é um combustível drop-in, ou seja, um substituto direto e quimicamente idêntico ao atual para ser usado na aviação substituindo o atual Querosene de Aviação.

10 – Qual é a diferença deste combustível para o atual?

A molécula é a mesma, a diferença está na intensidade de carbono ao longo do ciclo de vida do combustível, que é muito mais baixa. A grande relevância do SAF está no fato de ser a única solução viável atualmente para a descarbonização dos combustíveis da aviação.

11 – O que prevê o projeto da Acelen Renováveis?

A previsão é que a operação comece em 2026 e que, a partir de 2027, a Acelen Renováveis atinja uma produção anual de um bilhão de litros de Diesel Renovável (HVO) e combustível sustentável de aviação (SAF), a partir de óleo de macaúba – planta nativa brasileira de alto potencial energético. A macaúba será cultivada em mais de 200 mil hectares de terras degradadas em Minas Gerais e Bahia com apoio e integração de agricultores de pequeno porte.

Com investimentos de mais de US$ 2,5 bilhões nos próximos anos, nosso projeto vai gerar mais de 90 mil empregos diretos e indiretos. A iniciativa está ancorada em 3 eixos principais: agricultura integrada à indústria para produção de combustíveis renováveis, geração de créditos de carbono certificados após recuperação de terras degradadas e positivo impacto socioambiental. Vamos produzir no Brasil o combustível do futuro, em um projeto “fully sustainable”: econômico, social e ambientalmente. Com nosso projeto inovador e pioneiro, nos consolidamos como uma das principais produtoras de biocombustíveis globalmente.

12 – Quais mudanças os combustíveis renováveis trarão para o meio ambiente?

Os combustíveis renováveis são uma das rotas necessárias para a descarbonização e o atingimento do Net-Zero. O projeto da Acelen Renováveis reforça nossa visão de participar ativamente da transição energética brasileira, reafirmando o compromisso da companhia com o futuro verde.

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