As perspectivas para o ano apontam um horizonte promissor para quem busca ações de dividendos. Em linhas gerais, espera-se que a queda gradativa dos juros estimule os negócios, reduza a pressão sobre dívidas e alivie os riscos de inadimplência, melhorando os resultados das empresas. “No agregado, a tendência é favorável para os balanços de 2024”, diz Pedro Serra, chefe de pesquisas da Ativa Investimentos.
O topo do ranking é ocupado pela Petrobras (PETR4), citada por quatro instituições. Na sequência aparecem BB Seguridade (BBSE3), Engie (EGIE3) e Telefônica Brasil (VIVT3), todas com três escolhas. Banco do Brasil (BBAS3), Taesa Unit (TAEE11), TIM (TIMS3) e Vale (VALE3) fecham a lista.
Petrobras (PETR4) – A gigante estatal lidera a preferência dos analistas entres os papéis de dividendos escolhidos para 2024. “A empresa está mudando, com foco muito mais em investimentos e menos em dividendos, mas, mesmo assim, pagando o mínimo [de proventos] previsto em sua política, é um valor elevado, pois se trata de uma forte geradora de caixa”, afirma Serra, da Ativa.
BB Seguridade (BBSE3) – Os resultados recentes da companhia demonstram solidez, com um desempenho altamente positivo em todos os segmentos operacionais, conforme avaliação de Luis Novaes, analista da Terra Investimentos. A tese se apoia ainda em um bom trabalho de expansão da BB Seguridade, aumentando as parceiras e a penetração dos seus canais digitais.
Engie (EGIE3) – Maior produtora privada de energia elétrica do país, a Engie segue bastante lembrada pelos especialistas quando o assunto é dividendo. “Entendemos que o investimento na Engie é historicamente positivo, considerando o retorno em relação à remuneração ao acionista, portanto, mesmo diante das pressões no curto prazo, vemos uma oportunidade para posicionamento com foco no longo prazo”, diz Novaes, da Terra.
Telefônica Brasil (VIVT3) – A Ativa acredita que a dona da marca Vivo pode melhorar a distribuição de proventos em 2024. Na opinião do chefe de pesquisas da corretora, o setor de telecomunicações está entrando em um ciclo de investimentos menor do que no passado, o que favorece essa perspectiva. “Com menos necessidades de desembolsos, a tendência é de que sobrem recursos para distribuir aos acionistas”, avalia Serra. Outro ponto, segundo ele, é uma menor competição no segmento.
Banco do Brasil (BBAS3) – A instituição financeira é uma das apostas de dividendos da XP, com a expectativa de aumento na fatia do lucro distribuída aos acionistas. Segundo a corretora, tal cenário considera uma maior capitalização do grupo, a manutenção da tendência positiva de lucros e o fato de a carteira de crédito possuir características defensivas – em razão dos índices de inadimplência reduzidos.
Taesa Unit (TAEE11) – Considerada um “reloginho” quando se trata de proventos, a Taesa possui cadeira cativa na preferência dos especialistas. A XP lembra que a alavancagem da empresa aumentou bastante nos últimos anos, em razão de um forte ciclo de investimentos, mas ainda assim apresenta um patamar confortável para fazer frente aos projetos e manter o nível de dividendos.
TIM (TIMS3) – Ativa e XP acreditam que o setor de telefonia móvel no país está próximo de entrar em uma fase de maior disciplina de capital nos investimentos em infraestrutura. Nesse contexto, a sólida execução nos últimos anos transformou a TIM em termos de eficiência e lucratividade, fazendo com que apresente hoje a melhor margem Ebitda entre as grandes empresas do segmento, por exemplo.
Vale (VALE3) – Incertezas em relação aos preços das commodities metálicas em 2024 tiraram o protagonismo da Vale, mas a mineradora ainda figura entre as ações de dividendo mais citadas pelos analistas. “Apesar de uma premissa mais baixa para os preços das commodities no futuro, esperamos que a Vale se beneficie de notas e prêmios mais elevados nos próximos anos”, afirmam os analistas.