O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) concluiu, na última semana, as obras de recuperação de dois imóveis inseridos no Conjunto Arquitetônico e Paisagístico de Cachoeira, no Recôncavo Baiano. A medida integra uma série de ações do Iphan em todo o país, com investimentos em obras substanciais que garantam a manutenção de imóveis tombados. As duas obras receberam, no total, aproximadamente R$ 1,4 milhão em recursos.
Em um casarão, localizado no centro de Cachoeira, as ações incluíram a elaboração e execução de projeto estrutural, com a construção de lajes em concreto armado, paredes de alvenaria em blocos de concreto e em tijolos maciços dobrados, e execução de cobertura. Além disso, foram instaladas cintas em concreto armado e as vigas em madeira danificadas foram substituídas por vigas de concreto. A fachada do imóvel também foi toda pintada e restaurada.
No outro imóvel, a obra também reforçou paredes e demais partes da estrutura, com a execução de cobertura com sistema de calhas, além da revisão do barroteamento (nome técnico dado para o conjunto de várias peças de madeira que sustentam os forros e o piso em assoalho). Com a intervenção, garantiu-se a estabilidade do imóvel, que se encontrava em processo de arruinamento devido à ausência de manutenção e conservação preventiva no monumento por seus responsáveis. “Assim, viabilizamos a preservação do sobrado de elevada importância arquitetônica no conjunto, permitindo a realização de intervenções futuras na edificação”, explica a arquiteta e urbanista do Iphan-BA responsável pela fiscalização da obra, Indi Ohanna Rocha Andrade.
Proteção de imóveis tombados
A fiscalização da proteção e conservação de imóveis inseridos em conjuntos urbanos tombados é atribuição do Iphan. Em princípio, cabe ao proprietário assumir as despesas necessárias à manutenção e restauração do bem.
“O restauro de qualquer bem tombado às expensas do Iphan tem sido indicado quando comprovada a hipossuficiência financeira do proprietário, conjuntura aplicada ao caso em questão. Esta é a realidade desses dois imóveis de Cachoeira, explica o superintendente do Iphan na Bahia, Hermano Queiroz. “Outro ponto a se destacar sobre essas obras é que o Iphan conseguiu fazer mais do que obras emergenciais. As intervenções foram mais amplas e vão conter o risco de arruinamento dessas edificações”, completa.
Foto: Indi Ohanna/Iphan – BA