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PETROBRAS: APÓS RECORDE DE 2022, LUCRO DA ESTATAL CAI 33% NO ANO PASSADO

João Paulo - 08/03/2024 12:58

A Petrobras registrou lucro líquido de R$ 124,6 bilhões em 2023, o primeiro ano sob gestão do PT. O resultado representa uma queda de 33,8% em relação ao ganho recorde de R$ 188,3 bilhões registrados em 2022. Apesar do recuo, a estatal informou que é o segundo maior lucro líquido de sua história. As previsões compiladas pela Bloomberg apontavam para um lucro líquido em torno de R$ 127 bilhões em 2023. Pouco antes da divulgação do resultado, a estatal informou que pagaria R$ 14,2 bilhões em dividendos referentes ao quarto trimestre de 2023, totalizando R$ 72,4 bilhões referentes ao exercício de 2023.

A divulgação dos resultados saiu em horário atípico, pouco depois das 22h. Apesar da expectativa, a empresa não incluiu distribuição de dividendos extraordinários em sua previsão. Segundo fontes, parte da empresa queria que metade dos dividendos extraordinários fosse para a reserva. A reunião do Conselho foi demorada e esse foi o principal ponto de discussão.

Desempenho abaixo do esperado no fim do ano

Em relação ao quarto trimestre de 2023, a estatal lucrou R$ 31,043 bilhões, menor que os R$ 43 bilhões do registrados no último trimestre de 2022. Os analistas previam ganhos entre R$ 34 bilhões e R$ 36 bilhões.

No ano passado, a estatal registrou receita de vendas de R$ 511,9 bilhões, uma queda de 20,2% na comparação anual. “O mercado global de petróleo e gás iniciou o ano de 2023 em declínio, influenciado por preocupações sobre a dinâmica econômica global e a retomada do consumo de petróleo na China”, explicou a estatal no comunicado.

A estatal atribuiu a redução da receita e do lucro à queda de 18% do preço do petróleo e dos valores de venda dos derivados, especialmente do diesel, que contou com margens menores de venda. A Petrobras informou ainda que o resultado foi impactado pelo aumento nas despesas operacionais, com os maiores gastos com impairment (baixa contábil), em função do término das operações do terminal de regaseificação de GNL de Pecém, no Ceará, e abandono de áreas, ,como em Sergipe-Alagos, Campos e RNCE (Unidade de operações de exploração e produção do Rio Grande do Norte e Ceará).

No comunicado que acompanha o balanço financeiro, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, renovou o compromisso de sua gestão com o investimento em exploração e produção de óleo e gás — que frisou ser responsável pela maior parte dos ganhos da empresa—, mas reafirmou seu objetivo de ampliar os investimentos em transição energética.

“Vamos também gerar valor com a transição justa e responsável, diversificando nossas operações em negócios rentáveis de baixo carbono e sempre priorizando parcerias. E faremos tudo isso mantendo o foco na disciplina de capital e sólida governança e racionalidade em todos os processos decisórios”, escreveu Prates, afirmando que a política de dividendos da empresa foi “aperfeiçoada para considerar maiores investimentos”.

Foto: Brenno Carvalho/Agência O Globo

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