De acordo com o presidente da associação das refinarias privadas (Refina Brasil), Evaristo Pinheiro, a situação das refinarias privadas brasileiras está insustentável e começará a ter quebradeira no setor. Ele afirmou que o cenário para as nove refinarias independentes que atuam no Brasil, entre elas as privatizadas no governo Bolsonaro, piorou após a Petrobras abandonar a política de paridade de preços de importação (PPI), em maio do ano passado, e que o prejuízo está se acumulando.
A PPI, criada no governo do presidente Michel Temer, considera as cotações do petróleo no mercado internacional e os custos de sua entrega para a definição dos preços. Em maio de 2023, a Petrobras aprovou uma nova estratégia comercial para o diesel, a gasolina e o gás de cozinha, que são vendidos em suas refinarias. Ela passou a seguir duas referências: o custo alternativo do cliente, como valor a ser considerado e o valor marginal para a Petrobras.
O custo alternativo é composto pelas principais opções de suprimento disponíveis para os clientes, sejam fornecedores dos produtos similares ou de produtos substitutos. O valor marginal para a Petrobras é determinado pelo custo de oportunidade, uma vez que há diversas opções de produção, importação e exportação do produto ou do petróleo usado no refino.
Em 2023, a nova política de preços da Petrobras foi beneficiada pelo preço do barril do petróleo, que não ultrapassou os US$ 100 durante o ano.
(Estadão)
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