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NESTLÉ RECONHECE QUE MAIS DE 60% DE SEUS PRODUTOS NÃO SÃO SAUDÁVEIS

João Paulo - 28/02/2024 13:39

Um documento interno da Nestlé, a maior empresa de alimentos do mundo, reconheceu que mais de 60% dos produtos que comercializa —de chocolates e doces a cereais matinais e sorvetes— não atendem aos critérios necessários para serem saudáveis e que algumas das categorias de bebidas e de alimentos que produz “nunca serão saudáveis, por mais que sejam renovadas”. Segundo reportagem do Jornal El Paris, a informação foi enviada aos dirigentes da empresa suíça no início do ano e foi publicada nesta segunda-feira pelo jornal Financial Times.

Procurada, a empresa no Brasil reforçou o posicionamento global em que afirma que “está trabalhando em um projeto para atualizar sua estratégia pioneira de nutrição e saúde”. “Nossos esforços se baseiam em uma base sólida de trabalho ao longo de décadas para melhorar o valor nutricional de nossos produtos. Por exemplo, reduzimos os açúcares e o sódio em nossos produtos de maneira significativa nas últimas duas décadas, cerca de 14-15% apenas nos últimos sete anos.”

O documento avalia metade dos produtos da Nestlé, deixando de fora nutrição infantil, ração para animais de estimação, café e nutrição médica. Assim, a análise reconhece que apenas 37% dos alimentos e bebidas da marca alcançam uma classificação superior a 3,5, de acordo com o sistema australiano de classificação por estrelas, um esquema de rotulagem nutricional que atribui cinco estrelas aos alimentos mais saudáveis. A própria empresa considera que 3,5 representa “uma definição reconhecida de saúde”, segundo o sistema citado, utilizado por organizações como a Fundação para o Acesso à Nutrição.

No total, 63% dos alimentos avaliados não alcançam o nível saudável, assim como 96% das bebidas —sem contar o café— e 99% dos produtos de confeitaria e sorvetes. Já 82% das águas e 60% dos laticínios chegam a esse patamar. “Fizemos melhorias significativas em nossos produtos, mas nosso portfólio ainda carece de definições de saúde em um cenário em que a pressão regulatória e as demandas dos consumidores não param de crescer”, explica o documento, segundo o jornal.

Foto: Divulgação

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