Vários economistas têm procurado o portal Bahia Econômica reclamando do valor das anuidades cobradas pelo Conselho Regional de Economia da Bahia e do retorno em termos de serviços prestados pela instituição que são praticamente nulos.
O valor da anuidade em 2024 foi reajustado para R$ 660,00, bastante superior a outros conselhos como os de enfermagem, psicologia, com atuação semelhante. Além disso, os economistas reclamam do alto nível de judicialização e da exigência de cobrança mesmo aqueles que estão desempregados. E informam também que é praticamente impossível se desligar do Corecon-Ba, mesmo após a aposentadoria, em função da burocracia e dos documentos exigidos para o desligamento.
O portal Bahia Econômica analisou a situação financeira do Corecon-Ba. Segundo os relatórios encaminhados ao Tribunal de Contas da União, já que o Conselho é uma autarquia federal, pode-se constatar que a instituição vem registrando déficits anuais recorrentes, com valores negativos que variam de R$ 50 mil a R$ 188 mil nos últimos anos. Não se sabe como os déficits vem sendo cobertos.
Chama atenção o quadro de despesas que gera esses déficits. Em 2022, por exemplo, as despesas foram maiores que as receitas e concentradas em pagamento de pessoal que representaram cerca de 40% do total, caracterizando um quadro de pessoal excessivo, alocado em atividades administrativas.
Outros 40% foram gastos em serviços de terceiros e encargos. Esses serviços de terceiros referem-se ao pagamento de um escritório de advocacia, (que corresponde a quase 15% da receita do Corecon) responsável por acionar juridicamente os economistas inadimplentes, uma assessoria contábil e outra de comunicação. Apesar das licitações, as empresas que prestam esses serviços são as mesmas há anos.
Isso significa que 80% dos recursos que os economistas destinam à instituição são usados para pagamento de pessoal, direta ou indiretamente, incluindo advogado que aciona os economistas inadimplentes.
Outros 15% são transferidos para o Conselho Federal, o que significa que não sobra recurso para a fiscalização das atividades profissionais dos economistas, função precípua do Conselho. O relatório sequer relata as ações nesse sentido. A atual presidente do Corecon-Ba é a economista Isabel Ribeiro.