Em entrevista à Rádio Metrópole, o reitor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Paulo Miguez, lamentou a atual situação financeira das universidades federais no Brasil incluindo a UFBA. Aprovado pelo Congresso Nacional para 2024, o orçamento das universidades teve uma redução de R$ 310,4 milhões em relação a 2023 nos repasses. A posição de Miguez acompanha a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), disse que a universidade inicia o semestre em uma “situação lamentável”.
De acordo com dados apresentados por Miguez, as universidades tiveram uma redução de 5% de repasses entre 2023 e 2024. Para ele, o que mais preocupa a universidade são as necessidades da assistência estudantil. “Momento difícil […] isso nos deixa em uma situação extremamente delicada em todos os aspectos. Temos insistido junto aos parlamentares, mas ainda não conseguimos sensibilizar o Ministério da Educação de que nós precisamos de um apoio orçamentário que, se você comparar com outros números da República, não é nada absurdo. Nós estamos pedindo R$ 2,5 bilhões para 69 universidades, para dar conta do dia a dia e especialmente de uma questão chave da vida brasileira hoje na área de ensino superior que é a assistência estudantil. Dois terços dos jovens que chegam na universidade pública dependem não apenas para uma aula, mas da residência, alimentação, assistência médica, transporte, material escolar e o orçamento da universidade não dá conta disso, não nos permite atender”.
Na visão de Miguez, o grande problema é interno nos repasses do Ministério da Educação, visto que foi recebido um aumento de 14% no orçamento da pasta. De acordo com ele, os líderes de outras pastas o caminho é encontrar uma melhor disponibilização de recursos na Educação. “Esse dado de redução do nosso orçamento reflete de forma muito dura dentro da Ufba. Em 2023 tivemos um orçamento de 186 milhões, absurdamente insuficiente, este ano foi de 163 milhões. Ou seja, 13 milhões a menos, uma queda de 7% numa casa que segue crescendo, evidente que essa condição nos deixa em uma situação muito delicada. Nós acolhemos os pedidos sem poder atender, é uma coisa que faz doer na pele”, reforçou.
Foto: Fernanda Vilas Metropress