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NÍVEL DAS HIDRELÉTRICAS REGISTRA QUEDA E PREOCUPA SETOR ELÉTRICO

João Paulo - 18/02/2024 08:00 - Atualizado 18/02/2024

As hidrelétricas brasileiras estão com volume abaixo das médias históricas para o período, que é considerado chuvoso. Os dados são do boletim do Programa Mensal de Operação (PMO), elaborado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que foram levantados entre os dias 17 e 23 de fevereiro, considerando todas as unidades que produzem energia para o chamado Sistema Interligado Nacional (SIN). O Portal A TARDE teve acesso ao relatório de revisão divulgado na última sexta-feira, 16. Ele traz um cenário alarmante em todas as regiões do país.

O documento mostra projeções classificadas como “inferiores” para a Energia Natural Afluente, conhecida também pela sigla ENA, que está relacionada com a quantidade de água recebida por uma usina hidrelétrica que pode ser transformada em energia. A revisão atual traz projeções inferiores para a ENA ao final de fevereiro, em comparação feita com percentuais divulgados anteriormente pelo Operador Nacional.

A redução é verificada em todas as regiões. A maior ENA deve ser registrada no subsistema Norte, com 89% da denominada Média de Longo Termo (MLT), ante 100% da MLT na revisão anterior. A MLT representa a média aritmética das vazões naturais esperadas para as hidrelétricas, durante determinado período e com análise de uma série histórica.

Para as demais regiões, as indicações de ENA em 29 de fevereiro são: Sul, 75% da MLT (82%); Nordeste, 61% da MLT (70%); e Sudeste/Centro-Oeste, com 61% da MLT (64%).

Energia Armazenada

Ainda segundo o boletim, o subsistema Norte tem os percentuais esperados de Energia Armazenada (EAR) mais expressivos ao final de fevereiro: 84,3%. Os demais submercados apresentam as seguintes perspectivas para a EAR: Sudeste/Centro-Oeste, com 65%; o Nordeste, com 63,8%; e o Sul, com 61,1%. O comportamento da EAR segue o padrão observado para a ENA, com a possibilidade de redução em todas as regiões.

A EAR é a energia potencialmente disponível nos reservatórios das hidrelétricas, que considera o volume de água armazenado e a capacidade de geração da usina.

Demanda

O cenário de volume abaixo nas hidrelétricas do país é agravado pela alta no consumo de energia no Brasil. As dados do ONS indicam aceleração na demanda no SIN.

“Os cenários prospectivos para a carga seguem apontando aceleração na demanda tanto no Sistema Interligado Nacional (SIN), como em todos os submercados. Para o SIN, a expectativa é de um avanço de 6,7% (83.555 MWmed). A região que deve registrar maior crescimento é o Norte, com 12% (7.467 MWmed), seguida pelo Sul, com 11,8% (15.906 MWmed). As projeções para o Nordeste e o Sudeste/Centro-Oeste são de 7,2% (13.461 MWmed) e 4,2% (46.721 MWmed), respectivamente. Os números são comparações entre as perspectivas de fevereiro de 2024 e o mesmo período de 2023”, destaca o boletim.

O ONS tem recorrido para as térmicas, em especial no período da tarde e início da noite, quando são registrados picos de consumo no país. Outra estratégia é a importação de energia da Argentina e do Uruguai. A exploração das alternativas será ampliada caso o cenário de demanda siga no ritmo atual.

Foto: Reprodução / TV Brasil

 

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