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GOVERNO DESTINA 37 MIL AGENTES PARA SEGURANÇA NO CARNAVAL: VEJA NÚMEROS

João Paulo - 07/02/2024 06:59

Os números do esquema de segurança do Carnaval de Salvador dão a ideia das dimensões gigantes da festa. Serão, ao todo, 37 mil agentes de segurança, entre policiais e bombeiros; 371 equipamentos de videomonitoramento; mil guardas municipais; 42 portais com contagem de público por identificação; e, pelo menos, 60 mil pulseirinhas para crianças. A Operação Carnaval, segundo o coronel Jadson Almeida, do Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBPM), é a maior do estado em relação à mobilização de efetivo e às estratégias de logística. A própria folia na capital tem status de maior festa de rua do mundo.

“A gente costuma falar que fazemos no Carnaval operação de guerra em tempos de paz, com deslocamento dos agentes do interior e mobilização de boa parte da corporação. O efetivo geral de bombeiros da Bahia é de 3.050 agentes. Em Salvador, no período da festa, estarão 1.806. O volume de agentes é necessário para que possamos manter as atividades ordinárias na capital e cumprir com as demandas do Carnaval, maior evento do estado”, diz o coronel.

Ao todo, 59% dos agentes do CBPM estarão na capital, além do efetivo no interior. Dos que estarão em Salvador, 1.473 vão trabalhar em postos nos circuitos, 206 em viaturas para deslocamento em caso de incêndio e possíveis resgates em terra, além de 27 guarda-vidas que ficarão no mar. Os bombeiros são uma parte do contingente de agentes de segurança que, somados aos policiais militares, civis e técnicos, chegam a 37 mil pessoas em Salvador, Região Metropolitana e outras 75 cidades, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA).

A SSP também confirmou o uso do Reconhecimento Facial (RF) em Salvador. Das 371 câmeras nos circuitos, 108 terão RF. Há também a novidade da tecnologia de contagem do público. A ferramenta foi testada no Festival Virada Salvador, juntamente com as câmeras inteligentes do Sistema de Reconhecimento Facial. O equipamento realizará a captura das faces de quem ingressa na festa, via Portais de Abordagem, e excluirá as repetições, fornecendo estimativa do público por dia.

Para patrulhar as ruas, a Polícia Militar da Bahia (PM-BA) destinou 29 mil agentes para a festa em Salvador e no interior. Não há detalhamento do número que estará na capital, mas o efetivo passou por curso de capacitação promovido pela Secretaria de Justiça e Direitos Humanos para adotar estratégias de atuação humanizada durante o período.A Guarda Civil Municipal (GCM) também vai atuar no patrulhamento dos três principais circuitos da festa, com 1.060 profissionais, 54 postos patrimoniais e 13 bases avançadas de segurança. Só no Santo Antônio Além do Carmo, onde também há programação, 30 guardas vão realizar patrulhas ao longo de todos os dias de folia. “A principal ação da GCM vai ser o patrulhamento preventivo nos circuitos. Além disso, haverá um apoio à fiscalização da Semop, da Sedur e em operações como a lei seca. O efetivo no Santo Antônio dá uma atenção maior naquela área por conta do volume de atrações e também por conta da atividade turística”, conta Marcelo Silva, inspetor-geral da GCM.

Cuidado com as crianças

Os agentes da GCM também vão atuar nos 42 acessos aos circuitos distribuindo pulseiras para pais e responsáveis colocarem nas crianças. Na pulseira, é possível identificar a criança e adicionar o número para contato de quem as acompanha. O mesmo será feito pelos bombeiros, que projetam a distribuição de 60 mil pulseiras.

A enfermeira Verena Soares vai levar a filha de quatro anos para festa. Ela acredita que a pulseira de identificação será um material indispensável. “Quando eu saio com a minha filha, pela pouca idade dela, fico sempre muito atenta ao meu entorno. Observo o lugar e tento evitar ao máximo chegar a uma situação em que esteja perto de briga ou confusão. O cuidado é total: anda do meu lado, sem desgrudar a mão da minha ou, então, no meu colo. E, quando vejo bombeiro oferecendo, sempre pego as pulseiras de identificação que é uma prevenção necessária”, conta a mãe

Já a Polícia Civil terá o Centro Unificado da Infância, Desaparecidos, Adolescentes e Reencontros (Cuidar), no estacionamento do Teatro Castro Alves. No local, será realizado o acolhimento de crianças e a recepção de eventuais denúncias de abuso ou exploração infantojuvenil. O posto servirá como base da Delegacia de Proteção à Pessoa (DPP) para o registro de desaparecimentos. Uma equipe da Delegacia de Repressão a Crimes contra a Criança e o Adolescente (Dercca) estará no posto com a Campanha Guardiões da Infância, para orientar e conscientizar foliões.

Foliões criam estratégias para se proteger dos furtos

A preocupação, para a maioria dos foliões, além de possíveis casos de violência nos circuitos, é com furtos. Fernanda Cunha, 26, já foi furtada no Carnaval, mas não deixa de ir para a festa. Para evitar a situação, ela vai equipada de doleira e evita ao máximo usar o celular no meio da multidão. “Comprei duas doleiras para alternar os dias e não correr o risco de acabar rasgando por usar demais no meio da festa. Já me furtaram um celular de R$ 2 mil e eu não tinha seguro. Não quero que aconteça de novo e só tiro o celular para falar com alguém perto de posto onde tem polícia”.

Para não perder o celular, a estudante Joana Lobo, 22, inventou uma proteção extra testada no Furdunço. “Eu fui com uma pochete porque minha doleira estava com o elástico partido, mas eu saio no Carnaval desde adolescente e tenho uns macetes para não ser roubada. Como a pochete é mais fácil para abrir do que a doleira, eu peguei um cadeado daqueles pequenos de mala e prendi o zíper naquela parte que passa o cinto no short. Se alguém tentasse abrir, não ia conseguir por conta do cadeado no zíper e, se tentasse puxar a pochete também, não ia conseguir porque o cadeado estava preso no short”, ensina. É importante que os foliões tomem cuidados prévios para evitar o pior. Uma recomendação é a instalação do Celular Seguro, app disponível para IOS e Android, que bloqueia as linhas e impede transações bancárias.

Crédito: Marina Silva/Arquivo CORREIO

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