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PRESOS SUSPEITOS DE ATUAR NA VENDA DE DADOS DO PRESIDENTE DO STF SÃO PAI E FILHO, DIZ PF

João Paulo - 02/02/2024 07:20

Pai e filho foram presos preventivamente pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (1) no âmbito da Operação I-Fraude, que investiga a invasão de sistemas federais e o vazamento de dados de autoridades e pessoas públicas. O g1 apurou que os dois foram encontrados na casa deles em Vinhedo (SP), região de Campinas, no início da manhã. Policiais também cumpriram mandados de busca e apreensão no local. À tarde, a dupla teve a prisão confirmada pela Justiça Federal de Campinas durante audiência de custódia.

Segundo apuração da GloboNews, entre as autoridades que tiveram os dados pessoais vendidos em uma rede social, está o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com a PF, a quadrilha hackeava sistemas federais, roubava os dados e depois vendia por meio de redes sociais. Membros de facções criminosas e integrantes das forças de segurança, como policiais, estavam entre os ‘clientes’ da organização criminosa. Entenda melhor abaixo.

A suspeita é que eles tenham faturado, ao menos, R$ 10 milhões com o esquema criminoso entre 2010 e 2024. De acordo com a PF, foi determinado o bloqueio de cerca de R$ 4 milhões das contas dos investigados. Segundo a PF, a operação I-Fraude foi deflagrada nesta quarta-feira (31) em cinco estados do Brasil. A partir das informações coletadas na quarta, a PF pediu a prisão de três suspeitos, incluindo o pai e o filho de Vinhedo. A Justiça Federal autorizou e os mandados foram cumpridos nesta quinta.

Segundo a PF, as suspeitas surgiram depois da identificação de uma invasão de banco de dados de sistemas federais. Informações pessoais de milhares de pessoas, incluindo inúmeras autoridades e pessoas publicamente conhecidas, depois ficavam disponíveis para consulta em um painel. O painel de consulta era oferecido, principalmente, através de plataformas de redes sociais. Existiam diversos “planos” de mensalidades, de acordo com o número de consultas realizadas. Tal painel contava com aproximadamente dez mil “assinantes” com uma média de dez milhões de consultas mensais.

A PF identificou, dentre os usuários, membros de facções criminosas e até mesmo integrantes das forças de segurança. Com relação a estes últimos, os criminosos ofereciam o serviço de forma gratuita. No entanto, o servidor precisava enviar, para comprovação de identidade, foto de sua carteira funcional. Dessa forma, os criminosos obtiveram cadastro, com foto, de milhares de servidores da segurança pública e também forneciam esses dados. As penas para o crime de invasão de dispositivo informático, lavagem de bens ou valores e organização criminosa podem chegar a 23 anos de reclusão, sem prejuízo de que, com a continuidade das investigações, os suspeitos possam responder por outros crimes em que tenham envolvimento.

Foto: Polícia Federal/ Divulgação

 

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