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FOLIA EM SALVADOR COMEÇA NA LAVAGEM DE ITAPUÃ E SÓ ACABA NA QUARTA DE CINZAS; VEJA PROGRAMAÇÃO

João Paulo - 01/02/2024 09:00

Nesta quinta-feira (1º), tem Lavagem de Itapuã. Na sexta, Festa de Iemanjá. O sábado traz o Fuzuê no Pelourinho e o De Hoje a Oito no Santo Antônio Além do Carmo. Sem tempo para descanso, no domingo, vem o Banho de Mar à Fantasia na Preguiça e o Furdunço na Barra. A festa continua na Melhor Segunda-Feira do Mundo, no Pipoco, no Habeas Copos e, na quinta, começa a folia oficial que vai à fio até a Quarta-Feira de Cinzas (14). Ufa, tem alguém que aguente tudo isso? Em 2024, a antecipação da data do Carnaval fez a festa colar em cortejos populares e emendar 14 dias de folia.

Para quem pensa que não há corpo que resista, o soteropolitano Everton Santos, 37 anos, prova o contrário e vai além. Para ele, o Carnaval já começou, com ensaios de verão, sambas e feijoadas em Salvador. Na festa de Iemanjá, ele garante que vai começar os trabalhos ainda nesta quinta-feira e que, a seguir, vai empilhar histórias blocos que antecedem a festa. “Minha programação começou com todos os ensaios de verão, como Xanddy Harmonia, Timbalada e outros. Vou continuar no 2 de fevereiro e seguir para tudo que for possível, seja Fuzuê, DH8 ou Furdunço”, fala o folião.

Passado o fim de semana, a festa continua na Barra e chega ao seu auge, para Everton, com a chegada da quinta-feira. “Eu sou morador de Brotas, mas vou alugar um apartamento em Ondina para ficar mais perto do circuito e evitar o cansaço no retorno para casa. Vou na quinta e, a partir da sexta-feira, saio todos os dias do Carnaval com Bell Marques. Acompanho ele, que eu sou fã, e depois vou para alguns camarotes. Realmente a minha festa vai ser de duas semanas mesmo, mas já estou acostumado com o ritmo”, destaca o folião.

Tem folião que até tirou férias para não perder nada do que a festa tem a oferecer. Caso de Ajalê da Paz, 25 anos, que começa a sua jornada carnavalesca já na Lavagem de Itapuã, onde vive, ao lado de familiares que vão se reunir para a lavagem e para acompanhar os mais de 30 blocos que vão passar pela orla do bairro. Depois, ao lado de um amigo com quem combinou de sair, o soteropolitano tem uma programação que contempla a maioria das festas que vão rolar.

“Eu me planejei considerando, justamente, as lavagens de Itapuã e do Rio Vermelho para a gente começar a curtição. Tirei as férias para não perder o que queria porque meu pensamento é seguir no sábado para uma festa de Stella Maris, onde eu vou tocar em um samba e domingo para o Furdunço. As férias acabam no dia 6, no Pipoco, mas durante os dias oficiais pretendo curtir também, com o limite certo para conseguir trabalhar”, garante ele, que é educador físico.

Outro exemplo de quem vai aproveitar o que pode é Danilo Dias, 30. Assim como Everton, ele já começou o seu Carnaval particular de maneira antecipada, na última segunda-feira (29), no Cortejo Afro. Agora, deve demorar a parar. “Na quinta, tem Urso da Meia Noite e, de lá, vou ir logo para Iemanjá. Vou descansar o que der até o sábado de manhã e partir para o De Hoje a Oito no Santo Antônio. No domingo, vou para o Banho de Mar à Fantasia e o Furdunço”, conta ele, que adota a estratégia de redução de danos com o objetivo de se manter bem para aproveitar a folia.

Ao contrário Everton e Ajalê, Danilo não vai ficar para todo o Carnaval e deixa a cidade na próxima sexta-feira (9). No entanto, vai com a certeza de ter aproveitado o que vê como a melhor parte da festa. “O pré-Carnaval tem uma energia diferente. Eu gosto porque o De Hoje a Oito e o Banho de Mar por conta das fantasias que, de forma geral, não se vê mais tanto nos dias oficiais. Então, dá um gosto especial de sentir uma coisa mais local, apesar da presença de vários turistas”, diz.

Presidente da Empresa Salvador Turismo (Saltur), Isaac Edington destaca a possibilidade de o pré-Carnaval ampliar o período que turistas ficarão na capital. “Tem dois movimentos muito interessantes: um que é se antecipar a vinda dos turistas para a cidade e outro que é adiar a saída do soteropolitano que não curte a maior festa, mas aproveita as menores como os bloquinhos. Então, a dimensão econômica é positiva para Salvador”, explica.

Ele acrescenta que o pré-Carnaval tem também uma função formadora. “O Fuzuê, principalmente, carrega esse papel da formação do folião. Você vê famílias inteiras com crianças, pais, mães e avós que participam porque são só bandinhas, fanfarras, grupos culturais, então você vê as famílias. Tem criança de colo, no pescoço dos pais e todo mundo fantasiado. É um processo de retroalimentação da festa que, além de manter os foliões mais sossegados, forma os próximos”, completa Isaac.

Crédito: Sayonara Moreno – Agência Brasil

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