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NORDESTE PODE PERDER ATÉ 40% DA ÁGUA EM 2040, APONTA ESTUDO

Emilly Lima - 31/01/2024 17:12 - Atualizado 05/02/2024

As regiões Norte, Nordeste e parte do Centro-Oeste do Brasil enfrentam a perspectiva de uma perda significativa de até 40% da água disponível para uso até o ano de 2040, de acordo com o estudo “Impacto das Mudanças Climáticas nos Recursos Hídricos do Brasil”, elaborado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Os dados, divulgados nesta quarta-feira (31), apontam para um aumento substancial no número de trechos de rios intermitentes, especialmente próximos às suas nascentes, o que poderia resultar em situações críticas semelhantes às ocorridas durante a seca histórica na Amazônia no ano passado.

A estimativa considera um futuro com altas emissões de carbono e um aumento de mais de 4,5°C nas temperaturas globais em relação ao período pré-Revolução Industrial (de 1850 a 1900). Mesmo em cenários mais otimistas, com menor presença de carbono na atmosfera e temperaturas menos elevadas, observou-se uma diminuição de 20% nos níveis de rios nessas regiões.

No cenário mais pessimista, há um aumento no risco de escassez de água, afetando o abastecimento de cidades, a geração de energia hidrelétrica e a agricultura, além de representar riscos para a saúde. No entanto, no Sul do Brasil, a tendência é de um aumento médio de 5% na disponibilidade hídrica até 2040, embora acompanhado de maior variabilidade e eventos climáticos extremos, como cheias e inundações.

A metodologia do estudo envolveu a análise de dados climáticos presentes e futuros, bem como modelagem hidrológica para obter as vazões das bacias. Foram considerados três horizontes temporais: de 2015 a 2040, de 2041 a 2070 e de 2071 a 2100. O estudo abrangeu mais de 450 mil trechos de rios brasileiros, analisando critérios como precipitação, evapotranspiração, disponibilidade hídrica e variação da vazão.

O coordenador de Mudanças Climáticas da ANA, Saulo Aires de Souza, destaca que as projeções não devem ser confundidas com previsões absolutas, pois dependem das emissões futuras de gases de efeito estufa. O aumento das taxas de evapotranspiração é apontado como um fator crítico na redução da disponibilidade hídrica, ressaltando a importância de considerar medidas para mitigar as mudanças climáticas.

Foto: Divulgação/Pixabay

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