Existe quase um consenso de que a recuperação do Vitória nos últimos dois anos tem um fator central: a força das arquibancadas do estádio Barradão. A torcida praticamente carregou nas costas na dificuldade enfrentada na Série C e foi o 12º jogador na campanha de acesso e título na Série B.
Os desafios, em 2024, são outros. De volta à primeira divisão e com a perspectiva de disputar os títulos do Campeonato Baiano e da Copa do Nordeste, avançar na Copa do Brasil e conquistar uma vaga na Sul-Americana, o poder da Toca será muito importante na temporada, começando pelo confronto com o Bahia de Feira, hoje, o primeiro do ano no estádio, pela segunda rodada do campeonato estadual.
O Rubro-Negro estreou bem na competição, o que não acontecia desde 2020. Venceu o Jacuipense no Valfredão, em Riachão do Jacuípe, e mostrou uma consistência. Desperdiçou muitas oportunidades de gol, mas a organização tática permitiu que a equipe praticamente não levasse perigo ao longo da partida, mesmo sendo o primeiro jogo do ano.
O técnico Léo Condé, para o desafio inicial do Baiano, escalou três jogadores que nunca haviam atuado pelo Vitória, como Patric Calmon, Willian Oliveira e Caio Dantas. Manteve a base da equipe e, no segundo tempo, fez alterações recorrentes no fim do ano passado, como a entrada dos pontas Zé Hugo e Mateus Gonçalves (este cumpriu função inédita de falso 9), e também levou ao campo reforços, a exemplo do lateral Lucas Esteves e do atacante equatoriano Eryc Castillo.
A tendência é que, para enfrentar o Bahia de Feira, o treinador do Leão mantenha a equipe que começou jogando na primeira rodada, com um ataque formado por Matheusinho, Iury Castilho, Osvaldo e Caio Dantas. A busca pelos três pontos e por uma posição confortável e classificação garantida na tabela para a segunda fase do Baiano é considerada fundamental e deve preceder as experimentações e testes mais ousados na equipe.
Há uma expectativa para o primeiro jogo do meia-atacante Luan, contratação do Vitória com maior visibilidade para a temporada, ao lado do zagueiro colombiano e ex-Milan Cristián Zapata. Ambos ainda devem aguardar um tempo no processo de recondicionamento físico para jogar com a camisa rubro-negra.
Destaque na lateral
Um dos destaques do triunfo do Vitória sobre o Jacupa, na estreia, foi o lateral-esquerdo Patric Calmon, baiano de Madre de Deus, que mostrou qualidade na armação de jogadas e apoio ofensivo. Ontem, ele concedeu a sua primeira entrevista coletiva com a camisa do novo time e avaliou a primeira participação como titular enfatizando uma de suas características mais marcantes.
“Uma das minhas características é o cruzamento. E eu procuro aproveitar muito bem isso preenchendo a área. A gente quase não conseguiu cabecear o cruzamento [no jogo com o Jacuipense]. Se conseguir aproveitar, tem grandes chances de fazer gols”, afirmou Patric Calmon.
Ele chegou ao Leão após duas tentativas frustradas de contratação e comentou o desejo antigo de jogar pelo atual time. “Eu acho que é a terceira vez que a gente tenta vir para cá. Nas outras duas vezes não deram certo por outros fatores. Graças a Deus agora deu certo, e posso estar vestindo essa camisa com orgulho. Falei para a minha esposa que parece que eu jogo no Vitória há anos. Estou bem familiarizado, adaptado, também por ser baiano. Mas o Vitória facilita a sequência, a grandeza do Vitória”, disse.
Sobre a partida contra o Bahia de Feira, o lateral acredita que o time precisa olhar para os seus pontos fortes e explorar. “Hoje, no futebol, não encontra mais equipe boba. Todas as equipes têm qualidades e vulnerabilidades. Acredito que a gente deve olhar para si, o ponto forte, qualidade. E, durante o jogo, ver o que o adversário tem de vulnerabilidade, aproveitar para poder fazer o que sabe de melhor”, completou.
Foto: Victor Ferreira (EC Vitória) / Divulgação