Duas empresas que exploram campos maduros de petróleo na Bahia e em outros estados podem se unir em uma “combinação de ativos”. Trata-se da 3R Petroleum, que opera campos na Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte, e da Petroreconcavo, que opera campos em terra (onshore) e no mar (offshore) localizados na Bahia e no Rio Grande do Norte. Ambas são consideradas petroleiras juniors.
A entrada da Maha Energy, empresa sueca controlada pela Starboard, no capital da 3R Petroleum , pode iniciar o processo de consolidação no país do mercado de “junior oils”. Com a suspensão da venda de ativos pela Petrobras, no atual governo, empresas do setor passaram a considerar o crescimento por meio de fusões e aquisições.
A Maha propõe que a 3R busque uma combinação de ativos com a Petroreconcavo, tendo como objetivo buscar sinergias operacionais e economia de custos. Estima-se um ganho com sinergias da ordem de US$ 1 bilhão. O plano da Maha é agrupar todos os campos onshore sob a Petroreconcavo. Já os ativos offshore, terminais e infraestrutura associada, inclusive uma refinaria, permaneceriam com a 3R Petroleum.
Em uma eventual troca de ativos, a Petroreconcavo emitiria novas ações, que seriam repassadas aos acionistas da 3R Petroleum como pagamento. A operação sugerida pela Maha Energy ainda depende de dois pontos: a análise e aprovação pelo conselho de administração da 3R Petroleum, e a formalização da proposta para a Petroreconcavo.
A Petroreconcavo afirmou que não recebeu “até o presente momento” qualquer proposta de combinação dos negócios da 3R. Mas fontes extraoficiais afirmam que a operação já está “alinhada com todos os acionistas” da 3R e da Petroreconcavo.
Segundo essas fontes, as empresas já vinham se movimentando em torno de uma transação, mas ainda não estava claro qual seria o desenho. O que vem se desenhando, agora, avalia, seria o caminho da fusão. Os comunicados indicariam que o estágio das negociações ainda não está maduro e a Maha Energy teria sido escolhida como a proponente da operação.
A Petroreconcavo não tem infraestrutura para escoar a produção, ela vende óleo para a refinaria da 3R Petroleum. Logo, uma eventual fusão traria ganhos porque a nova empresa teria uma capacidade maior de produção, infraestrutura própria e poder de refino, sem depender de terceiros. A Petroreconcavo está construindo uma unidade de processamento e tratamento de gás natural na Bahia, em fase final de implantação. Com informações do Valor Econômico.