Nesta quarta-feira (17), a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou que não há como “precificar” os serviços prestados pela natureza, devido ao grande valor que ela tem para o planeta e para os seres humanos.
A declaração era sobre à tentativa do 54º Fórum Econômico Mundial de medir os benefícios da natureza em termos financeiros, “serviços ecossistêmicos incalculáveis”, ao convidar a ministra para participar da mesa de debates Colocando um Preço na Natureza. O evento está ocorrendo em Davos, na Suíça.
“Tem um exemplo que eu gosto de citar: a Amazônia produz 20 bilhões de toneladas de água por dia. A floresta usa 50% dessa água e 50% são dispensados na atmosfera, que é responsável pelo nosso regime de chuvas, ao qual está relacionado 75% do PIB [Produto Interno Bruto] da América do Sul. Se fôssemos bombear essa água, precisaríamos de 50 mil usinas de Itaipu. Alguém consegue imaginar um investimento como esse, bombeando água ininterruptamente para poder alimentar o nosso regime hidrológico?”, questionou a ministra.
A ministra iniciou sua participação dizendo estar surpresa ao ser convidada para participar de uma mesa de debates que teria como objetivo “botar um preço na natureza”. Ao refletir sobre o tema, ela concluiu que seria melhor utilizar, em vez de “preço”, o termo “valor” para o debate.
“A palavra valor, para mim, remete a algo que vai além daquilo que podemos precificar porque a natureza tem valores que a forma e o estágio em que nos encontramos ainda não conseguem alcançar. A gente só conseguiria precificar algo que pudesse produzir”, acrescentou.
(Correios)
Foto: MMA/Divulgação