A varejista de insumos agrícolas Lavoro expande seus negócios nas novas fronteiras agrícolas do País. Abrirá no 2º semestre em Imperatriz (MA) sua primeira loja no Nordeste e reforçará presença no Norte com uma unidade em Paragominas, a primeira no Pará, em julho. Ruy Cunha, o CEO, conta que as lojas serão operadas pela Agrovenci, adquirida em 2020.
Cada nova unidade tem um investimento médio de US$ 100 mil a US$ 150 mil. Com essas revendas, a varejista chega a 215 lojas na América Latina, mais de 180 no Brasil, concentradas no Centro-Sul. “A ideia é também investir mais no seguro agrícola, trazer mais soluções financeiras e avançar nos serviços agronômicos”, diz. A Lavoro faturou US$ 1,795 bilhão no ano fiscal de 2023.
Os planos da Lavoro, que tem ações negociadas na bolsa Nasdaq, incluem fusões e aquisições, com cerca de 80 empresas no radar. O foco está no Brasil e em países como Paraguai, Chile, Peru e Equador, diz Cunha. O grupo adquiriu nove empresas nos últimos dois anos.
A Lavoro espera em 2024 melhor desempenho das distribuidoras e fabricantes de insumos. No ano passado, a queda dos preços dos grãos pressionou a rentabilidade dos produtores, afetando o investimento, e as empresas amargaram estoques pouco competitivos. É uma situação que não deve se repetir neste ano, segundo Cunha.
A Satis, de nutrição vegetal, e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) estão investindo R$ 400 mil na criação de um biofertilizante para a cultura do café. A ideia é obter um extrato vegetal à base de Equisetum hyemale, popularmente conhecido como cavalinha, planta comum no Cerrado Mineiro. A depender do resultado, a Satis deve aportar cerca de R$ 3 milhões na produção em larga escala do biofertilizante, conta Endrigo Bezerra, diretor executivo.
O investimento faz parte do projeto da empresa mineira de se consolidar também em soluções para a cafeicultura. Hoje seus produtos, que atendem especialmente grãos e algodão, estão nos Estados de Minas Gerais, Bahia, São Paulo e Espírito Santo. Sobre o café, Bezerra cita investimento em logística, com novos centros de distribuição, e fortalecimento das equipes dedicadas à cultura.
A Seara, da JBS, fechou 2023 com uso de energia solar em 55% das granjas de aves e suínos. No caso específico dos espaços com aves, o índice chegou a 60%. Segundo a empresa, em alguns municípios do Rio Grande do Sul a adoção ultrapassa os 90%, casos de Salvador do Sul (96%) e Trindade do Sul (92%). O uso de energia limpa e renovável é apoiado com bonificação e financiamento para compra e instalação dos equipamentos.
A Citrícola Lucato, uma das dez maiores produtoras de laranja do País, vai investir também em avocado. “A fruta entra para diversificar o negócio, pensando em exportação”, diz Junior Lucato, diretor comercial. O plantio já ocupa 70 hectares na propriedade em Madre de Deus, sul de Minas, e a ideia é alcançar, nos próximos anos, 100 hectares. A primeira safra, com plantas novas, já produziu 50% acima do esperado, ou 40 quilos por pé. Mas a planta em plena produção alcança até 600 quilos. “Já estamos contatando interessados para exportar direto, sem intermediários.”
Lucato garante que o grupo familiar não vai deixar os citros de lado, apesar dos desafios do aumento de custo de produção e da ameaça do greening, principal doença da cultura que se espalha pelo País. A colheita anual da Citrícola Lucato alcança entre 800 mil e 1 milhão de caixas de laranja de mesa por safra, de 200 mil pés de pomares em São Paulo e Urânia (MG).
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