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PESQUISA ATLAS INTEL: HAVERÁ 2º TURNO NAS ELEIÇÕES PARA PREFEITO DE SALVADOR?

Redação - 08/01/2024 10:55 - Atualizado 08/01/2024

O Instituto Atlas Intel publicou a primeira pesquisa sobre a disputa para a Prefeitura de Salvador no último dia do ano que passou. Em função das festas de fim de ano, não houve muitas avaliações sobre os resultados da pesquisa, mas os números trazem informações preciosas para os candidatos e para a preparação da campanha.

A pesquisa indica que o atual prefeito Bruno Reis (UB), candidato à reeleição, lidera a preferência do eleitorado com 51,9% das intenções de voto, seguido do vice-governador Geraldo Junior(MDB), que tem 12% e em terceiro, Kleber Rosa (PSOL) com 10%, além de Luciana Buck, do partido Novo, com 4,3%.

Ora, numa primeira avaliação, é óbvia a vantagem de Bruno Reis em relação aos demais candidatos, que precisarão formar alianças e trabalhar muito para alcançar a pontuação do prefeito. Mas daí a afirmar que o candidato do União Brasil saí com forte possibilidade de ganhar no 1º turno é uma precipitação. Na verdade, a possibilidade existe, mas fundada em uma diferença de votos de apenas 2%. Isso significa que para vencer no 1º turno o atual prefeito terá de trabalhar com afinco para manter e ampliar sua pontuação atual e isso frente a uma campanha na qual os candidatos tendem a “bater” de forma conjunta na sua administração, buscando reduzir seu eleitorado.

Na verdade, a pesquisa Atlas Intel mostra a vantagem a favor de Reis e a enorme barreira que os demais candidatos terão de vencer se quiserem parear com o favorito. Mas mostra também, ao contrário do que afirmam os apressados, que, por enquanto, existe uma possibilidade forte de haver 2º turno nas eleições para a Prefeitura de Salvador.

Dois aspectos se contrapõem nessa análise; um deles favorece a hipótese do 2º turno, o outro torna ela menos factível. O primeiro aspecto é que a pontuação do Prefeito reflete sua alta exposição na mídia e, ao contrário, a baixa exposição na mídia dos demais postulantes. Aliás, foi surpreendente a pontuação dos três candidatos de oposição, visto que não tinham até o momento qualquer exposição ou qualquer indicação de que seriam candidatos a prefeito de Salvador, com exceção, talvez, de Kleber Rosa por conta do “recall” das últimas eleições. Quando um candidato parte do patamar de dois dígitos de preferência do eleitorado tende a crescer e, se tiver uma boa estrutura de campanha, financeira e política, geralmente chega ao segundo turno.

Mas se isso fortalece a hipótese de 2º turno, a aprovação da administração de Bruno Reis a enfraquece. A pesquisa indica que 59% aprovam a gestão do prefeito Reis, enquanto 29% desaprovam e outros 12% respondem “não sei”. Ora, até pouco antes do início da campanha o Prefeito terá enorme exposição na mídia e exposição positiva já que estará, como já anunciou, entregando obras. Dado que não existem informações sobre a rejeição dos candidatos, o cenário que se desenha é o seguinte:  A oposição terá pela frente um trabalho árduo no sentido de desconstruir a administração do prefeito, apontando seus pontos fracos e fortalecendo as críticas já existentes. Já Bruno Reis terá o trabalho, não menos árduo, de manter a aprovação de sua gestão, com a entrega de obras e outras ações, tentando manter sua posição junto ao eleitorado.

Ao mesmo tempo, e aí está o busílis, torna-se fundamental, especialmente para Bruno Reis e Geraldo Jr., que parecem ser os principais contendores na disputa, a formação de alianças políticas sólidas e que possam ampliar o poderio eleitoral de cada lado. A escolha do vice de cada chapa será um desses movimentos, atrair atores como João Roma e Kleber Rosa para a coligação de Bruno e Geraldo Jr., respectivamente, será outro movimento importante.

No mais – antes que alguém queira descaracterizar a análise afirmado que o analista é a favor deste e contra aquele ou vice-versa, como soe acontecer na Bahia –,  vale lembrar que este é um cenário de momento, que o processo eleitoral está recém começando, que existem variáveis nacionais, que não se sabe qual será a postura do presidente Lula, e tampouco o grau de federalização da campanha. Portanto, essas são as nuvens de hoje, amanhã elas podem estar em um lugar completamente diferente. (EP-08/01/2024).

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