Segundo o Censo Demográfico, das 14.141.626 pessoas que residiam na Bahia em 2022, 57,3% (8.103.964 em números absolutos ou quase 6 em cada 10 habitantes do estado) se declararam de cor parda; 22,4% (3.164.691 pessoas ou 1 em cada 5 que moravam na Bahia) se declararam de cor preta; 19,6% (2.772.837, também 1 em cada 5 habitantes) declararam sua cor como branca; 0,6% (83.658 pessoas) afirmaram ser indígenas no quesito cor ou raça; enquanto 0,1% (16.017 habitantes) declararam sua cor como amarela (de origem oriental).
Entre os Censos de 2010 e 2022, a Bahia se manteve majoritariamente parda, diferentemente do Brasil como um todo, que deixou de ser predominantemente branco para se tornar predominantemente pardo, nesse período. Mas, nesses 12 anos, houve mudanças na composição étnico-racial da população baiana. A principal alteração se deu pelo aumento da autodeclaração de cor preta no estado. Entre 2010 e 2022, a população que se identificava como preta na Bahia cresceu 32,0%, passando de 2,397 milhões para 3,165 milhões, o que representou mais 767.442 pessoas no período. O aumento absoluto foi o 2o maior do país, só abaixo do verificado em São Paulo, estado mais populoso, onde a diferença foi de mais 1,269 milhão de pessoas pretas, entre 2010 e 2022 (+55,7%).
Esse crescimento, associado a recuos nas autodeclarações de cor branca (-10,9% ou menos 337.768 pessoas, 3a maior queda percentual dentre os estados) e de cor parda (-2,3% ou menos 189.093 pessoas, a Bahia foi o único estado brasileiro a ter redução no número de pardos), levaram a população preta a se tonar a segunda mais representativa na Bahia, em 2022, superando a população branca. Assim, em 2022, a Bahia se manteve com a maior proporção de população preta do Brasil (22,4%), posto que já ocupava em 2010 (com 17,1%), mas registrando, entre os Censos, o maior ganho de participação desse grupo no total de habitantes, dentre todos os estados do país (+5,3 pontos percentuais).
Na Bahia, outras variações também expressivas, entre os Censos de 2010 e 2022, ocorreram nas populações amarela e indígena. Enquanto o número de pessoas que se declararam de cor amarela, no estado, caiu 89,9%, de 158.925 para 16.017, o de pessoas que se declararam indígenas no quesito cor ou raça ou se consideraram indígenas, mesmo informando uma outra cor ou raça, quase quadruplicou, indo de 60.120 a 229.443, no período. Ambos os movimentos se explicam, ao menos em parte, por aprimoramentos metodológicos, que possibilitaram captar melhor, com maior precisão, essas duas formas de identificação étnico-racial, reveladas apenas nos Censos Demográficos.
Para o Brasil como um todo, o Censo 2022 mostrou que a população era formada por 92.083.286 pessoas pardas (45,3%), 88.252.121 brancas (43,5%), 20.656.458 pretas (10,2%), 1.694.836 indígenas, somando a identificação no quesito cor ou raça e na pergunta de cobertura (0,8%), e 850.130 amarelas (0,4%). Entre 2010 e 2022, aumentaram as declarações por cor ou raça preta (+42,3%) parda (+11,9%) e indígena (+89,0%), com quedas nas populações branca (-3,1%) e amarela (-59,2%).
Foto: Edmilson Gomes/TV Bahia