As importações realizadas pela Shein e Shopee experimentaram uma significativa redução de 54,5% no mês de outubro, em comparação com o mesmo período de 2022, quando as importações atingiram a marca de 1.450 milhões de dólares. No ano corrente, esse montante diminuiu para 659 milhões de dólares, conforme informações divulgadas pela coluna Radar da revista Veja, com base em levantamento da fintech de importações Vixtra, utilizando dados mais recentes do Banco Central divulgados em dezembro.
O CEO da Vixtra, Leonardo Baltieri, atribui essa queda às novas regras de cobrança de taxas sobre as mercadorias. Desde agosto, os produtos com valor de até 50 dólares têm isenção de impostos de importação, mas ainda estão sujeitos a uma taxa de 17% de Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviço (ICMS). No caso de mercadorias com valores superiores a esse limite, o valor da taxa “praticamente dobra”, pois além da taxa de ICMS, há uma alíquota de 60% para as importações.
Baltieri destaca que à medida que os consumidores passaram a ser taxados, relatos sobre essas taxações se disseminaram pelas redes sociais, gerando receios e levando muitas pessoas a evitar ou reconsiderar suas compras nessas plataformas.
O declínio de 791 milhões de dólares em outubro representa a maior queda desde o início das discussões sobre a tributação dessas mercadorias pelo governo federal, iniciadas em abril deste ano. Embora as importações tenham crescido 32,9% quando as novas regras entraram em vigor em agosto, em comparação com julho, houve uma subsequente redução de 13,6% em relação a agosto de 2022.
Acentuando ainda mais a tendência, em setembro, as importações registraram uma queda de 30,3%, representando uma redução de 361 milhões de dólares, e culminaram na marcante diminuição de 54% em outubro. Baltieri observa que os consumidores, inicialmente atraídos pelos preços mais acessíveis praticados por essas empresas, passaram a questionar a viabilidade de adquirir produtos por meio desses canais diante das taxações impostas.
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