Você já se perguntou por que no Brasil se receita tanto remédio? E por que as farmácias são um dos negócios que mais se expandem no Brasil? Segundo reportagem do site UOL, a indústria farmacêutica monitora o que os médicos brasileiros receitam e usa as informações para influenciar e estimular a prescrição de remédio nos consultórios, clínicas e hospitais.
Trata-se de um esquema multimilionário de captura de dados, um Big Brother das receitas, que começa no balcão da farmácia e segue para duas empresas especializadas. Depois, os registros são vendidos para fabricantes de remédios. Em um ano, são processadas pelo menos 250 milhões de prescrições.
Com os dados em mãos, fabricantes tentam persuadir médicos a prescreverem seus produtos. Para isso, se valem de amostras grátis, brindes para o consultório e, em alguns casos, até viagens para congressos no exterior, com tudo pago.
Funciona assim: Você vai até o balcão da farmácia com uma receita. O balconista consulta os produtos e, sem você saber, anota o número do registro profissional médico, o CRM. Isso não é exigido pelo Ministério da Saúde, nem para a venda de produtos controlados. É um sistema privado, criado para informar a indústria farmacêutica que médico está prescrevendo seus remédios. E inclui tudo que o médico receitou: remédios de tarja preta ou de venda livre, cosméticos ou produtos de bebê.
O sistema grava o nome do profissional de saúde e esse o monitoramento das prescrições é usado para elaborar as estratégias de marketing médico. Você compra o remédio e o balconista aperta um botão no teclado e envia a receita registrando o médico que prescreveu.
As farmácias que participam do esquema são chamadas de “informantes”. Algumas delas têm até meta para inclusão de prescrições no banco de dados. Se a meta não é batida, os funcionários são cobrados. As informações são do site UOL.