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CONTEÚDO +18: CONHEÇA OS BASTIDORES DE QUEM GANHA A VIDA VENDENDO NUDES E VÍDEOS DE SEXO NO ONLYFANS, PRIVACY E AFINS

João Paulo - 13/12/2023 07:40 - Atualizado 13/12/2023

O portal G1 fez um levantamento que mostra como é a vida e a rotina de pessoas que vivem a vida vendendo conteúdo +18 em plataformas do gênero.  As principais estratégias utilizadas pelos criados de conteúdos voltados ao sexo e a imaginação estão relacionadas à exposição em redes sociais. É o que conta Bruno ZL, de 23 anos, entrevistado pelo portal g1. Bruno, ou “Novinho Da ZL”, como também é conhecido, é um dos maiores influencers nessa área e um dos muitos brasileiros que recorreram à venda de conteúdo adulto para ganhar dinheiro.

Ele e outros criadores ganharam espaço graças a estratégias bem pensadas, usando redes como Instagram, TikTok e, principalmente, o X (antigo Twitter). A pandemia de Covid-19 e a disseminação de plataformas especializadas — como OnlyFans e Privacy — catapultaram a profissionalização da venda on-line de nudes, que hoje rende dezenas de milhares de reais todos os meses a alguns produtores. Ainda assim, esse não é um ramo para todo mundo (entenda mais abaixo).

Como todos os criadores, os de conteúdo adulto também estão expostos a todo tipo de crítica, ainda que este seja um segmento supostamente mais liberal. Bruno, por exemplo, não se livrou de estereótipos e de preconceitos por conta do visual de “lek da ZL”: “Muitos pensam que o cara da quebrada não pode ser passivo no sexo, e eu tento quebrar esse pensamento. Por que eu, cheio de marra, tenho que ser só ativo? Curiosamente, os meus vídeos sendo passivo são os que mais bombam porque mexem com o imaginário de quem assiste”, conta Bruno.

Entre homossexuais, os termos ativo e passivo indicam suas preferências na hora do sexo. Em outras palavras, o ativo é quem penetra; o passivo é quem recebe a penetração. Os profissionais ouvidos pelo g1 reforçam que a produção de conteúdo +18 deve ser levada a sério. Existem, inclusive, cuidados tanto contratuais como de saúde (física e mental) que precisam ser constantemente observados. E, para quem acerta nas estratégias, não só é um trampo: é também rentável. Os valores recebidos pelos produtores podem chegar a R$ 100 mil por mês, segundo João Finamor, professor de marketing digital da ESPM que acompanha esse mercado de perto.

Finamor lembra que a pornografia na internet sempre existiu. A diferença, agora, é que os próprios criadores têm autonomia e controle sobre os conteúdos publicados e sobre o dinheiro recebido.

Por dentro dos conteúdos +18

  • Como as gravações são feitas? Alguns produzem os vídeos e fotos em casa, mas outros preferem separar as coisas e gravar as cenas eróticas em outro lugar, como motéis. Nesse caso, os criadores que vão se relacionar dividem o valor da diária da locação.
  • Como funcionam as parcerias entre eles? Rolam as “collabs” (diminutivo de collaboration, que significa colaboração em inglês) e um criador convida outro para gravar as relações sexuais, que serão publicadas nas plataformas de ambos. Além disso, é comum que estrangeiros venham ao Brasil para filmar com profissionais daqui e vice-versa.
  • Por que dá muito dinheiro? Além de ter muita gente interessada nesse tipo de material, a maioria dos sites e apps dedicados a isso paga em dólar. Convertendo para o real, alguns produtores conseguem faturar alto, já que a moeda americana é mais valorizada. As plataformas também ficam com uma parte desse dinheiro: no OnlyFans, por exemplo, os criadores ficam com 80% dos valores, e o site com 20%.
  • E quanto eles recebem? Por questão de segurança, nem todos os criadores gostam de compartilhar valores publicamente. Mas, em média, eles dizem que é possível tirar de R$ 20 a 50 mil por mês. Esse valor pode chegar a R$ 100 mil, de acordo com João Finamor, da ESPM. Só no Pornhub, tem gente ganhando US$ 200 mil ao mês, revelou um dos profissionais que conversou com o g1.
  • Todos ganham bem? Não, a grande maioria das pessoas que tentam entrar no mercado +18 acaba não conseguindo monetizar o conteúdo – ou pelo menos não a ponto de os valores virarem sustento.
  • Quais plataformas são usadas? Segundo eles, o Onlyfans, que paga em dólar, continua sendo a mais rentável, mas o Privacy tem compensado bastante também, mesmo pagando em real. Além dessas, 4MyFans, OnNowPlay, ManyVids e até mesmo o Telegram e o Reddit são usados.
  • Por que eles usam o X (antigo Twitter) como vitrine? Muitos publicam vídeos ali como forma de “degustação” e o post está sempre acompanhado de links para as plataformas +18, WhatsApp ou Telegram. Se o cliente se interessar, ele, então, assina. Alguns também usam o Instagram e o TikTok, mas o X continua sendo a principal e a que mais ajuda a faturar, isso porque ela é a única mídia social com brecha para postagem de fotos e vídeos eróticos.

Foto: Foto: Reprodução/Instagram

 

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