O rebaixamento do Santos para a Série B do Brasileirão – o primeiro da história do clube – terminou com a invasão e morteiros atirados no campo da Vila Belmiro após a partida. Assim que Lucero marcou o segundo gol do Fortaleza, os gritos de insatisfação à diretoria santista – que foram crescendo ao longo que o drama da equipe se ampliava – atingiram seu ápice: ameaças de cadeiras quebradas na Vila Belmiro e bombas em direção ao gol defendido por João Paulo. Torcedores tiveram de ser contidos pelo policiamento e seguranças da Vila Belmiro. Alguns, mais revoltados, arremessaram assentos no gramado e placas de vidro. Outros pediram que nada fosse atirado e até brigaram entre si.
Os jogadores permaneceram poucos minutos sentados no círculo central do gramado, desolados enquanto eram xingados. Depois, desceram ao vestiário escoltados por policiais e seguranças do clube sem que fossem atingidos. “Time sem-vergonha”” foi o insulto mais leve que os atletas ouviram dos torcedores. Santista, o técnico Marcelo Fernandes chorou sozinho sentado no banco de reservas.
Do lado de fora da Vila Belmiro, santistas arremessaram pedras em direção a um dos portões de acesso ao estádio. Os policiais tiveram dificuldade para conter a violência. A PM decidiu dispersar as confusões com gás de pimenta e bombas de efeito moral, o que deixou torcedores, funcionários e jornalistas com dificuldade para respirar dentro do estádio. Um helicóptero da PM permaneceu sobrevoando o estádio.
Também do lado de fora, o corpo de bombeiros precisou intervir após a série de morteiros atirado na rua à frente da Vila Belmiro e carros queimados. Um deles foi o veículo do atacante Mendoza. Os torcedores tiveram sua saída das arquibancadas restritas, até serem conduzidos pela PM cerca de 50 minutos após o término da partida. Muitos tiraram suas camisas e cobriram suas faces, diante da fumaça que cobria o estádio.
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