Mais de uma centena de países assinaram, na COP28, em Dubai, a conferência da ONU sobre mudanças climáticas, uma declaração em que se comprometem a incorporar, até 2025, em sua meta climática, a chamada NDC, sigla para contribuição nacionalmente determinada, a questão da agricultura e da resiliência de sistemas alimentares.
O documento aponta ainda que os possíveis progressos coletivos já serão revisados na próxima conferência climática, em 2024. O Brasil está entre os 134 signatários do documento que visa incluir a questão da resiliência dos sistemas alimentares na discussão da crise climática, divulgado nesta sexta-feira (1º). “Destacamos que qualquer caminho para alcançar plenamente os objetivos de longo prazo do Acordo de Paris deve incluir a agricultura e os sistemas alimentares”, aponta o documento.
Além da inclusão na meta climática, agricultura e sistemas alimentares também devem ser colocados nos planos de adaptação, estratégias de longo prazo, estratégias nacionais de biodiversidade, planos de ação e em outras estratégias relacionadas. As ações precisam ser tomadas antes da COP30, em 2025, agendada para ocorrer em Belém, no Brasil. A declaração fala em orientação de políticas e apoios públicos voltados para agricultura e alimentação para redução de emissões, aumento de rendimentos, eficiência hídrica, com atenção também para redução de desperdício de alimentos e degradação de ecossistemas.
Também são citados no documento a necessidade de continuar a escalar diferentes formas de financiamento e de acelerar “inovações baseadas em evidências, incluindo conhecimento local e indígena,”, para aumentar a produtividade sustentável e promover resiliência do ecossistema, além de melhorar as condições de vida de produtores. Renata Potenza, coordenadora de projetos da iniciativa clima e cadeias agropecuárias no Imaflora, vê com bons olhos o prazo apontado no documento, ou seja, 2025, ano em que os países devem apresentar novas metas climáticas.
Foto: Agência Brasil