Segundo números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a estabilidade da taxa de desocupação na Bahia, entre o 2º e o 3º trimestres, se deu porque, embora tenha aumentado o número de pessoas ocupadas, a oferta de trabalho não foi suficiente para atender à demanda, e o total de desocupados, ou seja, pessoas que procuravam trabalho sem encontrar, voltou a crescer. Entre julho e setembro, o número de pessoas trabalhando (ou população ocupada) no estado seguiu em alta e passou de 6,032 milhões para 6,138 milhões, frente ao trimestre anterior (+1,8% ou mais 106 mil trabalhadores no período).
Foi o segundo avanço consecutivo, que levou o total de pessoas ocupadas na Bahia a atingir seu maior patamar para um 3º trimestre em nove anos (desde 2014, quando havia 6,327 milhões de trabalhadores no estado). Apesar disso, o número de pessoas desocupadas (que não estavam trabalhando, procuraram trabalho e poderiam ter assumido caso tivessem encontrado) voltou crescer, do 2º para o 3º trimestre, de 932 mil a 943 mil (+1,2% ou mais 11 mil desocupados) – após ter recuado entre o 1º e o 2º trimestres. Ainda assim, a população desocupada na Bahia foi a menor para um 3º trimestre em nove anos (desde 2014, quando havia 691 mil pessoas procurando trabalho no estado do ), igualando-se à do 3º trimestre de 2015.
O aumento da procura por trabalho, e da demanda não atendida, tem relação com a manutenção de uma discreta redução na população fora da força de trabalho (que por algum motivo não estava trabalhando nem procurou trabalho), de 5,166 milhões para 5,112 milhões de pessoas (-1,0%, ou menos 54 mil pessoas). Esse movimento indica um aumento da entrada de pessoas na força de trabalho, procurando uma ocupação, parte das quais não conseguiu encontrar.
Mesmo com a redução do total de população fora da força de trabalho, o subgrupo dos desalentados voltou a crescer, na Bahia, passando de 510 mil para 576 mil pessoas, do 2º para o 3º trimestre (+12,6% ou mais 64 mil pessoas). O aumento ocorreu após esse contingente ter recuado na passagem do 1º para o 2º trimestre. Frente ao 3º trimestre de 2022, quando somavam 602 mil, os desalentados seguiram em queda (-4,5%, ou menos 27 mil em um ano). A Bahia segue com o maior número absoluto de pessoas desalentadas do país, posto que detém ao longo de toda a série da PNAD Contínua, desde 2012.
No 3º trimestre de 2023, no Brasil, havia 3,504 milhões de pessoas desalentadas, número que caiu tanto frente ao 2º trimestre (-4,6% ou menos 168 mil pessoas) quanto frente ao 3º trimestre do ano passado (-17,7% ou menos 755 mil pessoas). A população desalentada é aquela que está fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem, ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade. Entretanto, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga.
No 3º trimestre, no município de Salvador, havia 1,369 milhão de pessoas trabalhando, 21 mil a mais (+1,6%) do que o 1,348 milhão do trimestre anterior. Por outro lado, 244 mil pessoas estavam desocupadas, 13 mil a menos (-5,1%) do que as 257 mil do trimestre anterior. A capital, diferentemente do estado e da região metropolitana, viu o número de pessoas desempregadas cair entre o 2º e o 3º trimestre, o que influenciou também numa redução mais expressiva da taxa de desocupaçãono período.
Considerando toda a região metropolitana de Salvador, 1,810 milhão de pessoas trabalhavam no 3º trimestre, 22 mil a mais (+1,2%) do que no 2º tri (quando havia 1,788 milhão de ocupados). Por sua vez, 357 mil pessoas estavam procurando trabalho, 1.000 a mais (+0,3%) do que no trimestre anterior. Frente ao 3º trimestre de 2022, tanto na capital quanto na RMS, houve aumento no número de pessoas trabalhando e diminuição do contingente de desempregados, sinalizando uma melhoria do mercado de trabalho frente ao ano passado.
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