Em meio às polêmicas relacionadas ao transporte público de Salvador, o vereador Augusto Vasconcelos (PCdoB), expressou seu desacordo com a afirmação feita pelo prefeito Bruno Reis, em meio às ameaças de greve por tempo indeterminado por parte dos rodoviários da capital baiana.
O gestor municipal afirmou que sua administração está tentando fornecer “apoio emergencial ao sistema”, no entanto, enfatizou que a Prefeitura atua apenas como mediadora entre a classe trabalhadora e a classe patronal. Essa declaração foi feita durante a reabertura do Museu Nacional de Cultura Afro-Brasileira (Muncab), que ocorreu nessa última segunda-feira, dia 6 de novembro.
Augusto comentou sobre a afirmação do prefeito, afirmando: “O modelo de concessão estabelecido pela Prefeitura foi desastroso, pois privilegiou a lógica da arrecadação em detrimento do melhor serviço para a população. O fato é que esse modelo está em colapso e não podemos ficar apenas com soluções emergenciais sem um debate mais amplo sobre o futuro do sistema de ônibus.”
Durante uma entrevista coletiva na reabertura do Muncab, o prefeito Bruno Reis pediu ao governo federal sensibilidade para enfrentar a crise no transporte público e anunciou que enviará uma proposta à Câmara Municipal de Salvador (CMS) a fim de viabilizar um subsídio para o setor, estimado em R$190 milhões.
“A cada ano a Prefeitura gasta milhões em subsídios para o transporte público, mas nunca encontra uma solução definitiva. Enquanto isso, milhares de pessoas deixam de usar os ônibus por falta de dinheiro para pagar a tarifa.” ressaltou Augusto indicando a implementação de um sistema de passe livre como uma possível forma de resolver esse impasse.
Vasconcelos argumenta que o transporte público deve ser considerado um direito dos cidadãos e não apenas um serviço a ser prestado à população. Na condição de Ouvidor-Geral da CMS, encaminhou ofícios à gestão municipal, questionando a extinção de várias linhas de ônibus em diversos bairros de Salvador. A busca por informações por parte da Ouvidoria da Câmara ocorre desde 2022.
“Como Ouvidor-Geral da Câmara tenho recebido diversas queixas das pessoas sobre a extinção de linhas em vários bairros e a ineficácia do BRT. Enquanto isso, rodoviários desligados da CSN até hoje não receberam verbas rescisórias e a categoria se mobiliza para garantir o cumprimento do acordo firmado com o setor patronal.”, disse ele.
Em julho deste ano, Augusto questionou o secretário Municipal de Mobilidade, Fabrízzio Muller, sobre melhorias no transporte público na capital baiana. Ainda na manhã dessa quinta-feira, dia 8 de novembro, ocorreu uma reunião entre o Sindicato dos Rodoviários e o prefeito Bruno Reis. No entanto, a greve prevista para ocorrer na próxima terça-feira, dia 13, permanece indefinida.
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