O primeiro mês do conflito na Faixa de Gaza já totaliza mais de 10 mil palestinos mortos na região, reconhecida como um território palestino ocupado. Outros 1,5 milhão (ou mais de 60% da população) tiveram de deixar suas casas. E 260 mil habitações foram parcial ou completamente destruídas. Os números foram divulgados nesta segunda-feira (6). Segundo os dados palestinos, 16 dos 35 hospitais com capacidade de internação em Gaza pararam de funcionar, e 51 dos 72 demais centros de atenção primária fecharam as portas devido à falta de combustível.
Todos os números têm origem no Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas. Agora tida como um grupo terrorista por boa parte da comunidade internacional após os brutais ataques de 7 de outubro no sul de Israel, a facção é, também, um partido —que em 2006 chegou a ser referendado nas urnas para governar. Organismos como as Nações Unidas, na ausência da capacidade imediata de checar os números em campo, dada a frequência dos bombardeios, usam os números das autoridades locais.
O drama escala em especial na falta de acesso a serviços de saúde, não apenas para os feridos do atual conflito, mas para tantos outros com doenças crônicas ou enfermidades adquiridas nas últimas semanas. A ministra da Saúde palestina, a médica e diplomata Mai Al-Kaila, afirmou em comunicado que “a catástrofe em Gaza” está se agravando devido à incapacidade dos hospitais e demais centros de saúde de fornecerem tratamento aos feridos, uma consequência da escassez de suprimentos médicos e também de combustível.
É justamente o acesso limitado à gasolina, o que por consequência dificulta o bombeamento de água, um dos pontos mais críticos nesta etapa do conflito armado. Somente na Cidade de Gaza, a mais populosa da faixa, isso também levou 25 estações de bombeamento de esgoto a pararem de operar, e a administração local afirma que, em breve, há risco de vazamento e inundação dos dejetos pelo município. Têm se multiplicado os relatos de infecções respiratórias, diarreia e sarampo, em especial nos 150 superlotados abrigos da agência de refugiados da ONU que abrigam cerca de 717 mil deslocados desta guerra ao longo de toda a faixa e onde, pela presença da organização, é mais fácil documentar os casos de doenças transmissíveis.
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